domingo, 6 de outubro de 2019

Inexplicável: foi “pela intercessão da Santíssima Virgem e da devoção ao Santo Rosário”

A vitória humanamente inexplicável contra os inimigos da Fé
A vitória humanamente inexplicável contra os inimigos da Fé
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Continuação do post anterior: Milagre do Santo Rosário na batalha naval de Manila



Na primeira batalha que seria seguida de mais quatro, após cinco horas de combate, quando a fumaça se dissipou, a frota protestante estava em retirada.

Ela sumiu na escuridão da noite com dois barcos a menos. O lado espanhol-filipino só sofreu danos menores, registrou poucos feridos e nenhum morto. A primeira batalha tinha terminado.

Uma outra esquadra holandesa de sete galeões de guerra foi instruída a interceptar galeões provenientes do México que poderiam trazer reforços.

Na procura dessas naus foi dar sem saber com as “duas galinhas molhadas”, o “Encarnación” e o “Rosario”.

Foi assim que no dia 29 de julho acabou se livrando a segunda batalha de Manila. No fim de um intenso combate, os protestantes partiram em retirada acusando consideráveis danos e baixas.

A “Encarnación” só lamentou dois feridos e a “Rosario” perdeu cinco homens, embora a batalha foi das mais sangrentas.



Logo depois aconteceu a terceira batalha. Foi no dia 31 de julho, festa de São Inácio de Loyola.

Os marinheiros espanhóis e filipinos das “duas galinhas molhadas” notaram com surpresa que seus canhões e mosquetes funcionavam com incrível precisão. De terço na mão um canhoneiro garantia ter acertado 19 disparos continuados sem erro e bradava “Viva La Virgen!”

Quando a nave capitã holandesa afundou, a tripulação da “Encarnación” clamava “Ave Maria!” e “Viva la Fe, Cristo y la Virgen Santisima del Rosario!”

As “duas galinhas molhadas” acertavam com uma pontaria e facilidade que surpreendia aos artilheiros que bradavam '“Ave Maria”
As “duas galinhas molhadas” acertavam com uma pontaria e facilidade
que surpreendia aos artilheiros que bradavam '“Ave Maria”
Os oficiais espanhóis acharam miraculosa a vitória e a atribuíram a Nossa Senhora do Santíssimo Rosário. O General Orella “caiu de joelhos diante de uma imagem de Nossa Senhora do Rosário e deu graças publicamente pela vitória atribuindo-a à Sua intercessão”.

A frota holandesa se retirou para reparações e a espanhola voltou a Manila onde os tripulantes foram a pé até o santuário de “La Naval” para cumprir suas promessas.

Mas novos atos de pirataria confirmaram que os holandeses não tinham desistido. No meio tempo, uma galera com 100 marinheiros e uma escolta de 4 brigantins reforçaram as “duas galinhas molhadas”.

Na quarta batalha, acontecida em 15 de setembro, essa esquálida frota localizou a armada protestante na costa da ilha Mindoro. Após troca de fogo a longa distância, a “Rosario” foi rodeada por barcos inimigos no início da noite não podendo ser auxiliada.

A um certo momento parou de disparar e os protestantes holandeses se aproximaram para liquidá-la.

Mas foi um estratagema, quando estavam perto todos os canhões católicos dispararam à uma e os holandeses tiveram que se retirar.

A quinta batalha aconteceu quando os navios holandeses em retirada comunicaram ao resto da frota que os espanhóis estavam com pouca pólvora e munição.

Os holandeses então num esforço supremo se lançaram sobre a nave insígnia “Encarnación” cujo capitão os deixou se avizinhar sem reagir.

A “Encarnación” usou a mesma estratagema da “Rosário” na batalha anterior causando pesadas perdas no inimigo que fugiu às presas.

O almirante Francisco de Esteyvar lançou sua galera movida a remo e os marinheiros remando ao ritmo da “Ave Maria”.

Só tinha um canhão na proa e algumas colubrinas, mas quase afundou um galeão de guerra, pôs o inimigo em pânico. Esse fugiu perseguido pelas “duas galinhas molhadas” até desaparecer no horizonte.

Ao ritmo do Ave Maria, a galera a remo investiu o galeão artilhado e o pôs em fuga
Ao ritmo do Ave Maria, a galera a remo investiu o galeão artilhado e o pôs em fuga

Nunca mais voltaram.

No dia 20 de janeiro de 1647, a cidade comemorou a vitória decisiva com solene procissão, Missa e parada.

Desde então, a festa de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário La Naval de Manila é celebrada no segundo domingo de outubro.

As circunstâncias excepcionais da vitória levaram a arquidiocese de Manila a encomendar um inquérito eclesiástico conduzido pelo procurador geral da Ordem Dominicana, Frei Diego Rodrigues, O.P.

Após um consciencioso exame, ouvidas as testemunhas, “o venerável Decano e o Capítulo da Arquidiocese de Manila declarou milagrosas as vitórias obtidas pelos defensores da religião nas Filipinas contra os holandeses, no ano de 1646.”

A declaração eclesiástica oficial datada em 9 de abril de 1652 registra para a História:

“Devemos declarar e declaramos que as cinco batalhas descritas nos testemunhos, em que dois galeões sob as insígnias católicas venceram inimigos holandeses foram e devem ser cridas como miraculosas, e que foram obtidas pela Soberana Majestade de Deus por meio da intercessão da Santíssima Virgem e da devoção ao Santo Rosário”.



Inexplicável: foi “pela intercessão da Santíssima Virgem e da devoção ao Santo Rosário” (espanhol)








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