terça-feira, 20 de julho de 2021

Ricardo Coração de Leão:
rei-cruzado que quebrou o moral de Saladino

Ricardo Coração de Leão, estátua em Londres
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Na terceira Cruzada, Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra, empreendeu a reconquista do litoral palestino desde São João de Acre até Ascalão.

A coluna franca, descendo de norte a sul, progredia ao longo da costa. Ela era reabastecida em cada etapa pela frota cristã que tinha ficado senhora do mar.

O exército de Saladino fazia um movimento paralelo, mas do lado das colinas, procurando aproveitar a menor falha para acossar ou surpreender a Ricardo.

“A cavalaria e a infantaria dos Francos, escreve o cronista turco el-Imad, avançava pela praia, tendo o mar à sua direita e nosso exército à sua esquerda. A infantaria formava como que uma muralha em volta dos cavalos.

“Os homens estavam revestidos de casacos de feltro e cotas de malha de tal maneira fechadas que as flechas não podiam perfurá-los.

“Equipados com poderosas bestas, eles mantinham nossos cavaleiros à distância”.

O caid Behâ ed-Din conta ter visto um soldado franco que carregava até dez flechas encravadas nas costas de seu casaco sem ligar a mínima para o fato.

Os cavaleiros cavalgavam no centro da coluna e só saiam para cargas repentinas, quando se tratava de afastar magotes ou forçar a passagem.

quarta-feira, 7 de julho de 2021

O heroísmo de Gerard d’Avesnes tocou até os muçulmanos

Ruínas da fortaleza de Arsur
Ruínas da fortaleza de Arsur
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Arsur, cidade marítima situada entre Cesareia e Jaffa, recusava pagar o tributo imposto, depois da vitória de Ascalon: Godofredo e seus cavaleiros foram sitiar a praça.

Já os aríetes e as torres rolantes estavam colocados diante dos muros; vários assaltos tinham sido dados, quando os habitantes da cidade empregaram um meio de defesa que não era esperado.

Gerard d'Avesnes, que lhes havia sido dado como refém por Godofredo, foi atado à ponta de um mastro muito alto, que colocaram diante das muralhas, para onde se deviam dirigir todos os ataques dos cristãos.

À vista de uma morte inevitável e sem glória, esse infeliz cavaleiro soltava gritos dolorosos, rogando ao seu amigo Godofredo que lhe salvasse a vida por uma retirada voluntária.

Esse espetáculo cruel partiu a alma do rei de Jerusalém, mas não abalou sua firmeza, nem sua coragem.

Veio ele para perto de Gerard d'Avesnes, para que o ouvisse, e exortou-o a merecer por sua resignação a coroa do martírio.