segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Como os franceses levaram os venezianos a participarem da cruzada

Francês medieval: modelo de generosidade e desprendimento cavalheiresco
Francês medieval: modelo de generosidade e desprendimento cavalheiresco
A França do tempo das Cruzadas passava por ser a nação franca por excelência. Mas a nação franca no melhor sentido da palavra, quer dizer, generosa, desprendida, larga, cavalheiresca.

Veneza nunca foi tida como nação franca. Era uma nação mercadora.

Na Idade Média se considerava os mercadores com a sobrancelha carregada e cheio de desconfiança.

Veneza justificou muito largamente esta desconfiança!

Era uma cidade brilhante, bonita, meio impudica e pecadora e que tantas vezes traíra e iria trair o Ocidente com os seus contratos com o Oriente.

Pois tratava-se de conseguir os navios de Veneza para transportar cruzados à Terra Santa.

Foi, por ocasião da IV Cruzada, uma delegação de franceses – mas uns franceses provavelmente ainda meio alemães, e tendo o mérito e a glória de ambas as coisas somadas – chefiada por Geoffroi de Villehardouin (1150/54 –1212/18) marechal de Champagne. Ele próprio contou como foi o desempenho da missão na crônica “Conquête de Constantinople”.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Refutando mitos nº 6, 7 e 8: a Cruzada das crianças, pedido de perdão de João Paulo II e “justiça” do ódio muçulmano

A "Cruzada" das criancas foi desaprovada pelo Papa
e as criancas tiveram que voltar a casa

continuação do post anterior

Mito nº 6: as Cruzadas foram algo tão vil e degenerado que houve até uma Cruzada das Crianças

A chamada “Cruzada das Crianças” de 1212 nem foi uma Cruzada nem consistiu num exército de crianças.

Foi uma onda de entusiasmo religioso especialmente prolongada na Alemanha que levou alguns jovens – na maior parte adolescentes – a se autoproclamarem Cruzados e começarem a marchar rumo ao Mediterrâneo.

Ao longo do caminho foram recebendo grande apoio popular, e a companhia de não poucos bandoleiros, ladrões e mendigos.

O movimento se desmembrou quando chegou à Itália e terminou quando o mar se recusou a abrir-se para dar-lhes passagem…

O Papa Inocêncio III não convocou essa tal “Cruzada”, pelo contrário: pediu insistentemente para que os não combatentes ficassem em casa e apoiassem o esforço de guerra apenas com jejuns, orações e esmolas.

Nesse episódio, depois de louvar o zelo e a disposição desses jovens que tinham marchado até tão longe, mandou-os de volta para casa.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Refutando mitos nº 4 e 5 as Cruzadas foram colonialismo medieval e combateram os judeus

O Oriente muçulmano: agressivo, poderoso e opulento
O Oriente muçulmano: agressivo, poderoso e opulento

continuação do post anterior

Mito nº 5: as Cruzadas foram colonialismo europeu com ornato religioso

É importante lembrar que, na Idade Média, o Ocidente não era uma cultura poderosa e dominante, que se lançava sobre uma região primitiva ou atrasada.

Era o Oriente muçulmano que era poderoso, próspero e opulento.

A Europa era o terceiro mundo. O Reino Latino de Jerusalém, fundado após a Primeira Cruzada, não era um latifúndio católico incrustado em terras muçulmanas, como depois viriam a ser as terras de plantio em algumas colônias ibéricas ou inglesas na América.

A presença católica nesse Reino sempre foi mínima: menos de um décimo da população.

Católicos eram os governantes, os juízes, alguns mercadores italianos e os membros das ordens militares: o resto, a imensa maioria da população, era de muçulmanos.