terça-feira, 15 de novembro de 2011

Fisionomia moral de um cruzado


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





O primeiro aspecto que chama atenção na escultura do homem que figura nesta foto é o modo de estar de pé.

Tal escultura pode bem representar o cruzado no apogeu da Idade Média.

Ele apresenta um equilíbrio de corpo perfeito.

Os pés não são pés chatos, como os de pato, com a precária firmeza deste. Não.

É a estabilidade corporal do homem, na qual não falta uma certa nota de elegância, em que entra algo de espiritual.

As pernas, o tronco, os braços, representam a solidez física perfeita de um homem que venceu a ação da gravidade.

Ele não cedeu em nada à preguiça.

Mas também não está efervescente, não tem a mentalidade do homem de negócios, que fala em cinco telefones ao mesmo tempo...

Mantém-se inteiramente tranqüilo, mas de uma tranqüilidade tal, que seu repouso se volta inteiro para a ação.

E atuação que já é de uma vez a guerra. A mais absorvente de todas as atividades, aquela que se opõe mais diretamente à preguiça. Não é o trabalho, é a luta.

Ele está numa posição em que a qualquer momento pode iniciar o combate.

Está fazendo uma proclamação com os grandes braços abertos.

Como quem diz: "Isto é assim e não vai por menos, ai de quem negar o que proclamo, porque pego a espada...".

É a proclamação perfeita de quem anuncia e ameaça.

Por outro lado, o cruzado permanece numa atitude contemplativa.

Sua fisionomia indica que ele não está vendo o que se passa em torno de si.

Está olhando dentro de si mesmo.

E de dentro de si considera um ideal inteiramente superior, que lhe ilumina a alma: são os princípios a favor dos quais o homem é obrigado a combater.

Ele todo é um edifício de coerência, de metafísica, pronto para descarregar o golpe.

Todas as razões do combate lhe estão presentes, tudo raciocinado, coerente, tudo positivo.

É um homem profundamente sério.

Se acontecer qualquer coisa diante dele, sua visão será a da realidade inteira.

Não irá exagerar, nem subestimar, nem torcer a realidade, nem mentir. Ele vê o que acontece e diz o que vê.

É o varão sério por excelência.



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Excertos de conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, 22 de abril de 1967. Sem revisão do autor.




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