segunda-feira, 8 de setembro de 2025

O milagre de Nossa Senhora
e a reconquista da capital da Hungria

Carlos de Lorena toma Buda, castelo de Buda
Carlos de Lorena toma Buda, castelo de Buda
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Continuação do post anterior: A Reconquista de Budapeste invadida pelos turcos



O cerco da cidade de Buda

Nessa época, Budapeste, atual capital húngara, era dividida em duas cidades, Buda e Peste.

Os austríacos lançaram-se diretamente ao ataque contra Buda, deixando de lado — contrariamente à expectativa dos turcos — outras cidades importantes.

Buda era a décima cidade mais importante do mundo muçulmano, considerada pelos turcos como a “casa da guerra sagrada”, baluarte limítrofe do Islã na Europa e chave do Império Otomano.

Por isso, tinham-na abastecido bem de mantimentos, armas e pólvora. Para a defesa, posicionaram-se mais de 16 mil homens de tropas de elite, sob o comando de Abdulrahman Paxá.

O cerco começou em 18 de junho de 1686 e o primeiro assalto ocorreu no dia 24, dia de São João, visando o muro inferior. Os turcos instalaram muitas minas em ambas as partes dessa muralha.

No dia 15 de julho, quando a explosão numa dessas partes abalou os muros da cidade, o general cristão deu o sinal de assalto. Infelizmente, a explosão de outra mina causou particular dano aos cristãos, e a investida foi rechaçada.

Mais de 1.400 soldados imperiais morreram nessa batalha, além de muitos espanhóis, dentre os quais o Duque de Béjar, comandante de um regimento de Flandres.

Durante os 15 dias seguintes, um bombardeio é desfechado contra a cidade.

Destacou-se na ocasião um frade franciscano, Pe. Gabriel, denominado pelos húngaros “Gabriel, o entusiasmado”, que se revelou mestre em artilharia; e junto a ele, um espanhol de nome González, inventou uma forma aprimorada de morteiros.

Uma explosão e a imagem de Nossa Senhora aparece

Subitamente, uma bala incendiada atinge um armazém de pólvora dos otomanos e o fez voar. A terra estremeceu até uma grande distância ao redor, o rio Danúbio saiu de suas margens, e no muro abrindo um grande rombo.

E para espanto dos turcos, atrás de uma parede que desmoronou na antiga igreja do castelo de Buda, transformada em mesquita, apareceu uma imponente Imagem de Nossa Senhora em seu nicho, que ali permanecera escondida e esquecida desde a invasão otomana, 150 anos antes.(1)

Os próprios sitiantes cristãos ficaram tão espantados pela explosão, que no primeiro momento deixaram de atacar.

O duque de Lorena imediatamente requisitou a rendição, mas Abdulrahman respondeu que todas as cabeças da guarnição estavam consagradas à morte, e que o ruído de uma torre de pólvora que voa não era capaz de os assustar.

Imagem de Nossa Senhora na capela de Loreto da igreja de São Matias, Budapeste
Imagem de Nossa Senhora na capela de Loreto da igreja de São Matias, Budapeste
Em 27 de julho, ocorreu um segundo assalto. Foi uma luta de gigantes, destacando-se especialmente os bávaros, que lutaram como leões. Das muralhas, sacos de piche e enxofre chamejantes eram lançados.

Luís de Baden-Baden e Eugênio de Saboia detinham o recuo e levavam novas tropas para a linha de frente.

A bandeira imperial já tremulava na brecha, quando uma mina explodiu no meio dos cristãos causando grandes estragos; alguns que já haviam penetrado na cidade morreram nessa ocasião.

A jornada deste dia custou a vida de cerca de quatro mil cristãos. Ao receber novas intimações, o Paxá respondeu que era impossível entregar a fortaleza, que o “Profeta” rechaçaria o próximo assalto como fizera com os anteriores.

Abdulrahman dispôs-se a entregar qualquer outra fortaleza da Hungria, mas não Buda; embora, depois, até Buda, se com isso se pusesse termo à investida cristã; ao que Carlos de Lorena respondeu que então só uma rápida rendição poderia salvá-lo.

A situação dos cristãos também ficara grave, pois o Grão-vizir chegou com um exército de 80 mil homens em socorro do Paxá. Os cristãos teriam agora de se defender e entrincheirar.

O grão-vizir a seguir iniciou pequenos combates para tentar cansar os cristãos e introduziu reforços na cidade de Buda.

Os cristãos também não quiseram empreender uma batalha decisiva, pois esperavam igualmente reforços.

Não obstante, em 10 e 14 de agosto se travaram sérios combates em Hamzsabég, nos quais mais de oito mil turcos pereceram.

Trezentos janízaros conseguiram chegar à cidade, mas fracassaram outros intentos de fazer penetrar reforços em Buda.

Tendo Abdulrahman recusado uma última intimação de rendição, o duque de Lorena decidiu conquistar a fortaleza sob as vistas do próprio grão-vizir Solimão.

Em 2 de setembro de 1686, às 6 horas da manhã, começou o assalto no qual pela primeira vez se empregou a baioneta em grande escala. Ambas as partes lutaram com suma bravura.

O paxá morreu lutando ferozmente, enquanto outros quatro mil turcos caíram ao fio da espada. À noite, em ação de graças pela vitória, cantou-se o Te Deum na igreja principal da cidade libertada.

O mais notável entre os prisioneiros foi o Agá dos janízaros, Maomé Csonkabeg. Convertendo-se, ele se fez batizar com o nome de Leopoldo, em homenagem ao imperador austríaco.

Posteriormente foi elevado à nobreza, recebeu um regimento húngaro e lutou com muito valor pelo imperador junto ao rio Reno.

No dia seguinte, após celebrar a Missa, o Beato D’Aviano promoveu uma procissão com a Imagem de Nossa Senhora que fora encontrada nas paredes da mesquita.

Considerada como autora da explosão, foi-lhe concedido o título de “Nossa Senhora da Pólvora”.

Nenhum príncipe se alegrou tanto com a conquista dessa importante cidade como aquele que ocupava então a Cátedra de Pedro, o grande Papa Beato Inocêncio XI.

Os otomanos haviam dominado Buda durante 145 anos e sua perda abalou-os profundamente.

As cidades de Simontornya e Siklos se renderam ao Marquês de Baden-Baden. Kaposvár e Torda foram incendiadas, Pécs foi dominada e Szeged conquistada após um cerco de quatro semanas.

O grão-vizir foi obrigado a retirar-se para Belgrado.

_________________

Notas:

Principal fonte consultada: Historia Universal, Juan Baptiste Weiss, Editora Tipografia La Educación, Tradução da 5° edição alemã, Barcelona, 1930, Vol. XI, p. 917 a 923.

1. Sobre a Imagem Milagrosa: http://www.adorans.hu/node/2414
http://www.sacred-destinations.com/hungary/budapest-matthias-church
http://www.templom.hu/phpwcms/index.php?id=14,164,0,0,1,0

(Autor: Ivan Rafael de Oliveira, CATOLICISMO, outubro de 2016)

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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

São Tomás de Aquino: no islamismo acreditaram homens animalizados,
ignorantes da doutrina divina,
que obrigaram os outros pela violência das armas

São Tomás de Aquino, apoiado em Platão e Aristotes, esmaga Averroes, 'sábio' maometano
São Tomás de Aquino, apoiado em Platão e Aristóteles,
esmaga Averroes, 'sábio' maometano
Luis Dufaur
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O que achar do islamismo e de seus prosélitos? Como interpretar os crimes que estão praticando contra os cristãos, sua adesão ao Corão (Livro) de Maomé, e as tentativas de diálogo e ecumenismo com eles?

São Tomás nos ensina com a concisão e a sabedoria do maior mestre e Doutor da doutrina e do método de pensamento da Igreja Católica:
“Tão maravilhosa conversão do mundo para a fé cristã é de tal modo certíssimo indício dos sinais havidos no passado, que eles não precisaram ser reiterados no futuro, visto que os seus efeitos os evidenciavam.

“Seria realmente o maior dos sinais miraculosos se o mundo tivesse sido induzido, sem aqueles maravilhosos sinais, por homens rudes e vulgares, a crer em verdades tão elevadas, a realizar coisas tão difíceis e a desprezar bens tão valiosos.

“Mas ainda: em nossos dias Deus, por meio dos seus santos, não cessa de operar milagres para confirmação da fé.

“No entanto, os iniciadores de seitas errôneas seguiram caminho oposto, como se tornou patente em Maomé (o fundador do Islã):

Militantes do ISIL no Iraque
Militantes do ISIL no Iraque
“a) Ele (Maomé) seduziu os povos com promessas referentes aos desejos carnais, excitados que são pela concupiscência.

“b) Formulou também preceitos conformes àquelas promessas, relaxando, desse modo, as rédeas que seguram os desejos da carne.

“c) Além disso, não apresentou testemunhos da verdade, senão aqueles que facilmente podem ser conhecidos pela razão natural de qualquer medíocre ilustrado. Além disso, introduziu, em verdades que tinha ensinado, fábulas e doutrinas falsas.

“d) Também não apresentou sinais sobrenaturais. Ora, só mediante estes há conveniente testemunho da inspiração divina, enquanto uma ação visível, que não pode ser senão divina, mostra que o mestre da verdade está inspirado de modo invisível.

“Mas Maomé manifestou ter sido enviado pelo poder das armas, que também são sinais dos ladrões e dos tiranos.

“e) Ademais, desde o início, homens sábios, versados em coisas divinas e humanas, nele não acreditaram.

Chefe do Boko Haram e sequazes na Nigéria
Chefe do Boko Haram e sequazes na Nigéria
Nele, porém, acreditaram homens que, animalizados no deserto, eram totalmente ignorantes da doutrina divina. No entanto, foi a multidão de tais homens que obrigou os outros a obedecerem, pela violência das armas, a uma lei.

“f) Finalmente, nenhum dos oráculos dos profetas que o antecederam dele deu testemunho, visto que ele deturpou com fabulosas narrativas quase todos os fatos do Antigo e do Novo Testamento.

“Tudo isso pode ser verificado ao se estudar a sua lei. Já também por isso, e de caso sagazmente pensado, não deixou para leitura de seus seguidores os livros do Antigo Testamento, para que não o acusassem de impostura.

“g) Fica assim comprovado que os que lhe dão fé à palavra creem levianamente”.

(Autor: São Tomás de Aquino. Suma contra los Gentiles. Livro I, Capítulo VI, Club de Lectores, Buenos Aies, 1951, 321. p.76 e ss.).


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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

O martírio de Reinaldo e dos cavaleiros cristãos em Antioquia (1098)

Luis Dufaur
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O Pe. Peter Tudebode, testemunha ocular do fato, deixou escrito que durante o cerco de Antioquia na I Cruzada, precisamente o dia 3 de abril de 1098, os muçulmanos conduziram ao topo das muralhas da cidade o nobre cavaleiro Reinaldo Porchet [também lembrado como Reynaud Porquet], que eles tinham acabado de prender numa emboscada.

Daquela ‘tribuna’, ele deveria perguntar aos peregrinos cristãos quanto eles pagariam pela sua libertação a fim de impedir que os turcos lhe cortassem a cabeça.

Segundo descreve o livro de Yvonne Friedman “Choques entre inimigos: Captura e no Reino Latino de Jerusalém” (“Encounter Between Enemies: Captivity and Ransom in the Latin Kingdom of Jerusalem”) mercadejar prisioneiros para obter resgate era uma prática frequente, quando se tratava de pessoas de boa condição.

Era, aliás, segundo o autor “um método diplomático para um encontro pacífico com o inimigo num interlúdio das batalhas”.

Do alto das muralhas – diz o relato do Pe. Peter – “Reinaldo se dirigiu aos líderes cristãos: ‘Meus senhores, pouco importa que eu morra, eu vos imploro que não pagueis resgate algum por mim e que perseverem na Fé de Cristo e na libertação do Santo Sepulcro e que Deus esteja convosco para sempre”.

‘Vós trucidastes todos os líderes e os mais valorosos homens de Antioquia, especialmente 12 emires e 1.500 nobres, não tendo ficado alguém capaz de vos dar batalha ou para defender a cidade’.

Os turcos então perguntaram ao intérprete o que Reinaldo havia falado, ao que ele replicou:

– “Nada de bom relativo a vós foi dito”.

E o emir Yaghi Siyan imediatamente ordenou fazê-lo descer e se dirigiu a ele através de intérprete:

– “Reinaldo, queres gozar a vida honradamente conosco?”

Reinaldo replicou:

– “Como é que se pode viver honradamente convosco sem pecar?”

O emir respondeu:

– “Renega teu Deus, a quem tu cultuas e em quem acreditas, e aceita Maomé e os nossos outros deuses. Se fizeres isso, nós te daremos tudo o que desejares: ouro, cavalos, mulas e muitas outras coisas aprazíveis que tu desejes, assim como mulheres e escravos, e nós te enriqueceremos com grandes posses de terra”.

Reinaldo respondeu ao emir: “Dai-me um pouco de tempo para pensar”, ao que o emir concordou agradado.

Reinaldo juntou as mãos para rezar de joelhos voltado para o Oriente. Ele implorou humildemente a Deus para que Ele viesse em sua ajuda e conduzisse a sua alma com dignidade ao seio de Abraão.

Ao ver Reinaldo rezando, o emir chamou o intérprete e quis saber:

– “Qual foi a resposta de Reinaldo?”

O intérprete disse:

– “Ele recusa completamente teu deus. Ele também recusa todos os bens terrenos e todos os teus outros deuses”.

Então o emir, numa explosão de ódio porque não conseguia fazê-lo apostatar, mandou que todos os peregrinos cristãos cativos em Antioquia fossem conduzidos até a sua presença com as mãos amarradas nas costas.

Quando todos estavam diante dele, ordenou que lhes tirassem as roupas e que ficassem em pé em volta das roupas.

Depois mandou vir palha, lenha e feno e empilhar ao seu redor, e, finalmente, ordenou aos verdadeiros inimigos de Deus que ateassem fogo.

Os cristãos, cavaleiros de Cristo, elevaram suas orações em altas vozes que chegaram até Deus no Céu, por cujo amor suas carnes e ossos estavam sendo queimados.

Todos conquistaram a graça do martírio naquele dia. Subiram ao Paraíso revestidos de túnicas brancas até a presença do Senhor, por quem eles haviam padecido tão lealmente na Terra Santa de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Quem deve ser dada toda a honra e toda a glória agora e pelos séculos dos séculos. Amém”.



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segunda-feira, 28 de julho de 2025

A vitória de Nossa Senhora Auxiliadora
vista por São João Bosco

O sonho das duas colunas, basílica de Maria Ausiliatrice, Turim
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O sonho das duas colunas de Don Bosco: a crise,
a morte do Papa, o novo Papa e o triunfo da Eucaristía e de Maria Auxiliadora


Todo dia 24 de maio se comemora a festa de Maria Auxiliadora.

E aconteceu em 26 de maio de 1862 que São João Bosco tinha prometido a seus jovens que lhes narraria algo muito agradável nos últimos dias do mês.

Em 30 de maio, pois, de noite contou-lhes uma parábola ou sonho segundo ele quis denominá-la.

Eis aqui suas palavras:

“Quero-lhes contar um sonho. É certo que o que sonha não raciocina; contudo, eu que contaria a Vós até meus pecados se não temesse que saíssem fugindo assustados, ou que caísse a casa, este o vou contar para seu bem espiritual. Este sonho o tive faz alguns dias.

“Figurem-se que estão comigo junto à praia, ou melhor, sobre um escolho isolado, do qual não veem mais terra que a que têm debaixo dos pés.

“Em toda aquela vasta superfície líquida via-se uma multidão incontável de naves dispostas em ordem de batalha, cujas proas terminavam em um afiado esporão de ferro em forma de lança que fere e transpassa todo aquilo contra o qual arremete.

“Estas naves estão armadas de canhões, carregadas de fuzis e de armas de diferentes classes; de material incendiário e também de livros, e dirigem-se contra outra nave muito maior e mais alta, tentando cravar-lhe o esporão, incendiá-la ou ao menos fazer-lhe o maior dano possível.

“A esta majestosa nave, provida de tudo, fazem escolta numerosas navezinhas que dela recebiam as ordens, realizando as oportunas manobras para defender-se da frota inimiga. O vento lhes era adverso e a agitação do mar parece favorecer aos inimigos.

“Em meio da imensidão do mar levantam-se, sobre as ondas, duas robustas colunas, muito altas, pouco distantes a uma da outra.

“Sobre uma delas está a estátua da Virgem Imaculada, a cujos pés vê-se um amplo cartaz com esta inscrição: Auxilium Christianorum. (Auxilio dos Cristãos, ou Maria Auxiliadora)

“Sobre a outra coluna, que é muito mais alta e mais grossa, há uma Hóstia de tamanho proporcionado ao pedestal e debaixo dela outro cartaz com estas palavras: Salus credentium. (Salvação dos crentes)

Detalhe do quadro do sonho, basílica de Maria Ausiliatrice, Turim
“O comandante supremo da nave maior, que é o Romano Pontífice, ao perceber o furor dos inimigos e a situação difícil em que se encontram seus fieis, pensa em convocar a seu redor aos pilotos das naves ajudantes para celebrar conselho e decidir a conduta a seguir.

“Todos os pilotos sobem à nave capitaneada e congregam-se ao redor do Papa. Celebram conselho; mas ao ver que o vento aumenta cada vez mais e que a tempestade é cada vez mais violenta, são enviados a tomar novamente o mando de suas respectivas naves.

“Restabelecida por um momento a calma, O Papa reúne pela segunda vez aos pilotos, enquanto a nave capitã continua seu curso; mas a borrasca torna-se novamente espantosa.

“O Pontífice empunha o leme e todos seus esforços vão encaminhados a dirigir a nave para o espaço existente entre aquelas duas colunas, de cuja parte superior pendem numerosas âncoras e grosas argolas unidas a robustas cadeias.

“As naves inimigas dispõem-se todas a assaltá-la, fazendo o possível por deter sua marcha e por afundá-la. Umas com os escritos, outras com os livros, outras com materiais incendiários dos que contam em grande abundância, materiais que tentam arrojar a bordo; outras com os canhões, com os fuzis, com os esporões: o combate torna-se cada vez mais encarniçado.

“As proas inimigas chocam-se contra ela violentamente, mas seus esforços e seu ímpeto resultam inúteis. Em vão reatam o ataque e gastam energias e munições: a gigantesca nave prossegue segura e serena seu caminho.

“Às vezes acontece que por efeito dos ataques de que lhe são objeto, mostra em seus flancos uma larga e profunda fenda; mas logo que produzido o dano, sopra um vento suave das duas colunas e as vias de água fecham-se e as fendas desaparecem.

“Disparam enquanto isso os canhões dos assaltantes, e ao fazê-lo arrebentam, rompem-se os fuzis, o mesmo que as demais armas e esporões. Muitas naves destroem-se e afundam no mar.

O novo Pontífice guia a nave até as duas colunas, Maria Ausiliatrice, Turim
“Então, os inimigos, acesos de furor começam a lutar empregando a armas curtas, as mãos, os punhos, as injúrias, as blasfêmias, maldições, e assim continua o combate.

“Quando eis aqui que o Papa cai ferido gravemente. Imediatamente os que lhe acompanham vão a ajudar-lhe e o levantam.

“O Pontífice é ferido uma segunda vez, cai novamente e morre. Um grito de vitória e de alegria ressoa entre os inimigos; sobre as cobertas de suas naves reina um júbilo inexprimível.

“Mas apenas morto o Pontífice, outro ocupa o posto vacante. Os pilotos reunidos o escolheram imediatamente; de sorte que a notícia da morte do Papa chega com o da eleição de seu sucessor. Os inimigos começam a desanimar-se.

“O novo Pontífice, vencendo e superando todos os obstáculos, guia a nave em volta das duas colunas, e ao chegar ao espaço compreendido entre ambas, a amarra com uma cadeia que pende da proa uma âncora da coluna que ostenta a Hóstia; e com outra cadeia que pende da popa a sujeita da parte oposta a outra âncora pendurada da coluna que serve de pedestal à Virgem Imaculada. Então produz-se uma grande confusão.

“Todas as naves que até aquele momento tinham lutado contra a embarcação capitaneada pelo Papa, dão-se à fuga, dispersam-se, chocam entre si e destroem-se mutuamente. Umas ao afundar-se procuram afundar às demais.

“Outras navezinhas que combateram valorosamente às ordens do Papa, são as primeiras em chegar às colunas onde ficam amarradas.

“Outras naves, que por medo ao combate retiraram-se e que se encontram muito distantes, continuam observando prudentemente os acontecimentos, até que, ao desaparecer nos abismos do mar os restos das naves destruídas, remam rapidamente em volta das duas colunas, e chegando às quais se amarram aos ganchos de ferro pendentes das mesmas e ali permanecem tranquilas e seguras, em companhia da nave capitã ocupada pelo Papa. No mar reina uma calma absoluta.”

"Preparam-se dias difíceis para a Igreja" (Don Bosco)
Ao chegar a este ponto do relato, Don Bosco perguntou a São Miguel Rúa:

— O que pensas desta narração?

São Miguel Rúa respondeu:

— Parece-me que a nave do Papa é a Igreja da qual ele é a Cabeça: as outras naves representam aos homens e o mar ao mundo. Os que defendem à embarcação do Pontífice são os fieis à Santa Se; os outros, seus inimigos, que com toda sorte de armas tentam aniquilá-la. As duas colunas salvadoras parece-me que são a devoção a Maria Santíssima e ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia.

São Miguel Rúa não fez referência ao Papa cansado e morto e São João Bosco nada disse tampouco sobre este particular. Somente acrescentou:

— Hás dito bem. Somente terei que corrigir uma expressão. As naves dos inimigos são as perseguições. Preparam-se dias difíceis para a Igreja. O que até agora aconteceu (na história da Igreja) é quase nada em comparação ao que tem de acontecer.

“Os inimigos da Igreja estão representados pelas naves que tentam afundar a nave principal e aniquilá-la se pudessem. Só ficam dois meios para salvar-se dentro de tanto desconcerto! Devoção a Maria.

“Frequentação dos Sacramentos: Comunhão frequente, empregando todos os recursos para praticá-la nós e para fazê-la praticar a outros sempre e em todo momento. Boa noite!

As conjecturas que fizeram os jovens sobre este sonho foram muitíssimas, especialmente no referente ao Papa; mas Don Bosco não acrescentou nenhuma outra explicação.

Quarenta e oito anos depois — em 1907 — um antigo aluno, cônego Don João Maria Bourlot recordava perfeitamente as palavras de Don Bosco.

Temos que concluir dizendo que muitos consideraram este sonho como uma verdadeira visão ou profecia, embora (São) João Bosco ao narrá-lo parece que não se propôs outra coisa que, induzir aos jovens a rezar pela Igreja e pelo Sumo Pontífice inculcando-lhes ao mesmo tempo a devoção ao Santíssimo Sacramento e a Maria Santíssima.


Vídeo: quadro do sonho das duas colunas na Basílica de Maria Auxiliadora, Turim




(Fonte: PIETRO ZERBINO (a.c. di), I sogni di Don Bosco, Leumann: LDC, 1995/2a ristampa, pp 53-55).
Tradução do blog
Os Sonhos de São João Bosco (hoje removido)

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

São João Damasceno: Doutor da Igreja explica erros do Islã

São João Damasceno, Padre e Doutor da Igreja (676 -749)
São João Damasceno, Padre e Doutor da Igreja (676 -749)
Luis Dufaur
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São João Damasceno (675 – 749) como seu nome indica nasceu em Damasco, capital da Síria, ocupada havia não muitos anos pelo invasor islâmico.

Paradoxalmente, foi filho de um importante ministro católico do Califa, e neto de um ministro do imperador cristão de Bizâncio. Ele próprio, iniciou sua carreira na Corte do supremo chefe islâmico.

Na época, muitos acreditavam que o Islã era mais uma das muitas heresias e cismas que devoravam o Oriente cristão.

No convívio quotidiano, São João Damasceno percebeu que o Islã era uma outra religião que visava o extermínio do cristianismo.

Retirou-se como monge a Jerusalém e desde ali empreendeu douta e destemida pregação, com homilias e escritos. Ele abriu os olhos dos católicos para os erros e os enganos da religião de Maomé, além de muitas outras grandes heresias da época, especialmente a dos iconoclastas.

São João Damasceno é Doutor da Igreja e sua festa comemorada em 27 de março foi transferida em 1969 para o 4 de dezembro, dia de sua morte.

Poucos doutores estão mais habilitados em ciência e em experiência do que ele para falar sobre o Islã. Ouçamos o que ele nos ensina:

1. Há entre os ismaelitas [árabes] uma superstição enganosa sempre ativa, que serve de precursora do Anticristo.

Ela tem sua origem em Ismael, nascido de Abraão e Agar. É por isso que eles são chamados agarenos ou ismaelitas.

Também os chamam de sarracenos, porque, ao que parece, foram devolvidos sem nada por Sara. Pois Agar disse ao anjo: “Sara mandou-me embora sem nada”.

[N.T.: Realmente significa “povo do deserto” em grego. Este termo não tem nada a ver com o nome Sara. Ele deu “sarrasins” em francês.]

Os sarracenos eram idólatras e adoravam a estrela da manhã, como também a Afrodite.

Este nome na língua deles significa Majestoso (Habar), razão pela qual até o tempo de Heráclio eles eram certamente idólatras.

2. A partir dessa época, surgiu no meio deles um falso profeta; chamava-se Maomé.

Ele ouviu algumas vezes o Antigo e o Novo Testamento, e acredita-se que em seguida encontrou um monge ariano. Finalmente, acabou criando sua própria heresia.

Depois, desgostoso, fez crer ao povo que era um “temente a Deus”, e mandou espalhar o boato de que um livro santo [o Alcorão] lhe fora trazido do céu.

Ele começou a escrever em seu livro sentenças das quais só se pode rir, e deu-as a seus seguidores para que as obedeçam.

Maomé no inferno (acima na direita). Giovanni di Pietro Falloppi, ou da Modena (1379 – 1455), Cappella Bolognini.
Maomé no inferno (acima na direita).
Giovanni di Pietro Falloppi, ou da Modena (1379 – 1455), Cappella Bolognini.
Ele dizia que só existia um Deus único, criador de todas as coisas, que não engendrou nem foi engendrado.

Dizia que Cristo era a Palavra de Deus e seu Espírito, que ele foi criado e é um servo, que nasceu da estirpe de Maria, irmã de Moisés e de Arão.

Porque, diz ele, a Palavra de Deus e o espírito entraram em Maria, e ela deu à luz Jesus, que foi um profeta e servo de Deus.

Ele afirma que os judeus, tendo violado a lei, queriam crucificá-lo, e após prendê-lo, crucificaram sua sombra, mas o verdadeiro Cristo, dizem eles, não foi crucificado nem morreu; porque Deus o levou para junto de si no céu, porque Ele o amava.

Ele afirma que quando Cristo subiu aos céus, Deus interrogou-o, dizendo: “Ó Jesus, tu disseste que eu sou o Filho de Deus, e Deus?”

E Jesus, afirmam eles, respondeu: “Tem misericórdia de mim, Senhor; sabes que eu não me vangloriaria de ser teu servo, e que eu não lhes disse isso; mas os homens que se desviaram escreveram que eu falei desse modo, e contam mentiras sobre mim, e enganaram-se a si próprios”.

E eles dizem que Deus lhe respondeu: “Eu sabia que tu não dirias uma coisa dessas”.

E embora ele introduzisse nesse escrito muitos outros absurdos que só podem ser objeto de ridículo, Maomé insiste que isso lhe foi transmitido do céu por Deus.

Quanto a nós, perguntamo-nos: “Quem pode testemunhar que Deus lhe deu esses escritos? Que profeta anunciou antecipadamente que apareceria semelhante profeta?”

E porque eles ficaram surpresos e envergonhados, acrescentamos que Moisés recebeu a Lei no Monte Sinai à vista de todo o povo, quando Deus apareceu na nuvem e no fogo, nas trevas e na tempestade.

Ficaram assombrados pelo fato de que todos os profetas, começando por Moisés e aqueles que vieram depois dele, predisseram a vinda de Cristo, e também que Cristo é Deus e que o Filho de Deus virá, encarnando-se, que será crucificado, morrerá e que será o juiz dos vivos e dos mortos.

E então, quando lhes perguntamos:

“Como é que vosso profeta não veio dessa forma, havendo outras pessoas que testemunham sobre ele?

“Porque, ao contrário de Moisés, a quem Deus deu a Lei enquanto o povo via e que a montanha estava envolta pela fumaça, Deus não deu a vosso profeta o escrito em vossa presença.

“Do contrário, também vós poderíeis ter certeza”.

E eles respondem que Deus faz o que lhe aprouver.

Isso, dizemos nós, também sabemos; mas como é que esse escrito desceu até o vosso profeta? Isso é o que vos perguntamos.

E eles respondem que o santo livro desceu sobre ele enquanto dormia.

Maomé no inferno com as vísceras abertas. Gravura de Gustave Doré (1832 – 1883) para a Divina Commedia de Dante Alighieri.
Maomé no inferno com as vísceras abertas.
Gravura de Gustave Doré (1832 – 1883)
para a Divina Commedia de Dante Alighieri.
Assim, nós lhes dizemos, brincando, que posto ter recebido o Corão enquanto dormia, ele não tinha consciência do que estava acontecendo, [N.: defeito no texto original].

Quando voltamos a lhes perguntar:

“Como é que, apesar de em seus escritos sagrados ele vos tenha ordenado nada fazer nem receber sem a presença de testemunhas, não lhe perguntastes:

“Prova primeiro, com o apoio de testemunhas, que tu és um profeta e que vieste de Deus, e que escrito santo testemunha em teu favor?”

Eles ficam em silêncio porque estão envergonhados.

Posto não terdes permissão para casar sem testemunhas ou para comprar qualquer coisa ou para adquirir bens (não tendes sequer o direito de comprar sem testemunha sequer um burro ou qualquer outro animal), e assim, pois, comprais mulheres, propriedades, burros e tudo mais, na presença de testemunhas; mas só aceitais sem testemunhas vossa fé e vossos escritos sagrados.

Isso provém do fato de que a pessoa que vos deu os escritos não tirou sua autoridade de lugar algum.

Além disso, não há ninguém conhecido que tenha testemunhado antecipadamente sobre isso.

Deve-se acrescentar que o Profeta recebeu essa coisa enquanto dormia.

3. Chamam-nos ademais de “idólatras” porque, argumentam eles, nós introduzimos um sócio ao lado de Deus, dizendo que Cristo é o Filho de Deus e é Deus.

Nós lhes respondemos:

“Isto é o que as Escrituras e os profetas nos transmitiram, e vós, como o proclamais, aceitais a autoridade dos profetas.

“Se, portanto, estávamos errados afirmando que Cristo é o Filho de Deus, então aqueles que nos ensinaram e nos transmitiram tais escritos também se enganaram”.

“Alguns sarracenos sustentam que nós adicionamos essas coisas, manipulando os profetas.

“Outros proclamam que foram os judeus que, cheios de ódio, nos enganaram com falsos escritos de profetas para nos desviar do caminho.

“Mais uma vez, nós lhes respondemos:

“Dado que dizeis que Cristo é a Palavra e o Espírito de Deus, então como podeis nos tachar de idólatras?

“Porque a Palavra e o Espírito são inseparáveis daquele em quem tudo isto tem a sua origem. Se a palavra está em Deus, é evidente que ela também é Deus.

“Se, por outro lado, ela está fora de Deus, então Deus, na vossa opinião, carece de palavra e de Espírito.

“Então, tentando não associar pessoas a Deus, vós mutilates Deus.

“Ter-vos-ia sido mais vantajoso dizer que Deus tem uma pessoa associada, em vez de mutilá-lo e apresentá-lo da mesma forma que se faria com uma pedra, madeira ou qualquer outro objeto inanimado.

“É assim que vós nos chamais erradamente de “idólatras”. Em sentido contrário, chamamo-vos de “mutiladores” (Koptas) de Deus”.

São João Damasceno, Padre e Doutor da Igreja (676 -749).
São João Damasceno, Padre e Doutor da Igreja (676 -749).
4. Eles nos acusam injustamente de idólatras, porque veneraramos a cruz, e eles a desprezam. A isto respondemos:

“Como é que esfregais vossa Kaaba numa pedra e manifestais vossa veneração por essa pedra beijando-a?”

Alguns respondem dizendo que Abraão manteve relações sexuais com Agar nessa pedra; outros dizem que esse é o lugar onde ele amarrou seu camelo antes de sacrificar Isaac.

E nós lhes respondemos:

“Posto que a Escritura diz que havia uma montanha e uma floresta, da qual Abraão cortou a lenha para o holocausto sobre o qual ele deitou Isaac, e também que ele deixou os burros atrás com os servos; de onde tirais vossa história?

“Nesse lugar não havia madeira proveniente de floresta alguma, nem sequer sendeiro para os burros”.

Ei-los então embaraçados. No entanto, continuam afirmando que se trata da verdadeira pedra de Abraão.

Nós lhes respondemos:

“Suponhamos que isso que vós dizeis de modo insensato seja verdade. Não sentis vergonha alguma de beijar a pedra, só porque Abraão teve relações com uma mulher ou porque amarrou seu camelo nela?

“E nos vituperais porque veneramos a cruz de Cristo, por meio da qual o poder dos demônios e a astúcia do Diabo foram aniquilados!!!”

Portanto, aquilo que chamam de “pedra” é na verdade a cabeça de Afrodite que eles adoram. Chamavam-na de Haber, e ainda hoje vemos entalhes na pedra, aqueles que os entendem veem nela gravações.

5. Como já mencionamos, Maomé inventou muitas histórias e atribuiu a cada uma um título como, por exemplo, O Tratado da Mulher.

“Nesse escrito ele admite que alguém pode ter legalmente quatro mulheres e mil concubinas, se puder dar-se esse luxo, com tal de manter também as quatro mulheres.

“Todos podem repudiar cada uma de suas esposas segundo o seu desejo e recasar-se com outra mulher.

“Ele criou essa lei por causa da seguinte história.

“Maomé tinha um amigo chamado Zaid. Esse homem tinha uma mulher bonita pela qual Maomé se apaixonou.

Certo dia em que os dois amigos estavam sentados juntos, Maomé disse: “Escuta, meu amigo, Deus me ordenou casar com tua esposa, para que ela se torne minha”.

Ao que o amigo respondeu: “Tu és um apóstolo, faz como Deus te disse; pega a minha esposa”. E a repudiou.

Ou melhor, para contar a história desde o início, ele lhe disse: “Deus me ordenou dizer-te que tens que repudiar tua mulher”.

Poucos dias depois, ele retomou: “Mas agora Deus ordenou que eu a tome por esposa”.

Maomé numa representação imaginária turca.
Maomé numa representação imaginária turca.
E após levá-la e cometer adultério com ela, inventou a seguinte lei: “Quem quiser, pode mandar sua mulher embora. Mas, se após o divórcio ele quiser voltar para ela, é preciso que a mulher tenha anteriormente sido casada com outra pessoa. Pois não está permitido recuperá-la, a menos que ela tenha se recasado com outra pessoa. Um irmão pode casar com a mulher repudiada por seu irmão, se assim o desejar” (...)

7. Maomé também fala do Tratado da Mesa. Ele afirma que Cristo pediu a Deus uma mesa, e ela lhe foi dada.

“Porque, segundo relatou, Ele respondeu: “Eu te dei, bem como a seus companheiros, uma mesa incorruptível”.

também o Tratado da Novilha e algumas outras estórias, das quais só se pode rir, e não vamos falar de todas devido a seu grande número.

“Ele criou uma lei dizendo que homens e mulheres devem ser circuncidados, e ordenou-lhes que não observassem o sábado nem se fizessem batizar.

“E, de um lado, mandou-lhes comer o que está proibido na Lei, e de outro se absterem de alimentos que a Lei permite; também proibiu beber vinho”.


(Fonte: “De Haeresibus” de São João Damasceno, apud Blog Valentin Beziau)



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