segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Heresias e revoltas: grandes inimigas de novas Cruzadas a Terra Santa

O Papa Nicolau IV (1227-1292) reinou no tempo da queda do último Estado cruzado em Terra Santa: o de Acre em 1291.

A queda de Acre efetivamente pôs fim à presença franca e cristã na Terra Santa.

Como seus predecessores, o Papa Nicolau IV não admitia que cessassem as campanhas cruzadas e aplicou esforços consideráveis, embora mal sucedidos, para convocar uma nova cruzada.

O zelo que o Papa Nicolau demonstrou pela realização de uma cruzada após a queda de Acre pôde ter sido inspirado pelas críticas ao primeiro período de seu pontificado, especialmente no sentido de uma falta de atenção pelas questões de Oriente.

De fato, no início de seu pontificado ele teve que promover cruzadas dentro da Cristandade contra heréticos ou contra maus católicos como o imperador Frederico II e seus descendentes.

A crítica principal era que essas cruzadas desviavam recursos valiosos do Reino Latino de Oriente, Terra Santa. Os cristãos no Leste manifestaram seu desagrado com esses esforços durante décadas.

Sob o influxo da queda de Trípoli em 1289, um ano só após a eleição de Nicolau, ele foi interpelado por um mensageiro templário vindo de Oriente. Os templários criticavam o apóio do Papa Nicolau aos esforços cruzados na Sicília e observavam que tais recursos e forças deveriam ser aplicados na Terra Santa.

Frederico II forçou o Papa
a desviar recursos destinados à Cruzada
Sob o impacto da queda de Acre, Nicolau IV voltou sua atenção para o Oriente e apelou várias vezes aos príncipes cristãos para empreenderem uma nova expedição a Terra Santa.

O Papa presidiu sínodos provinciais nos quais foram debatidos planos para essa nova Cruzada.

Entre os assuntos tratados figurava a união dos Cavaleiros Templários e os Cavaleiros de São João considerando que as tensões entre as duas Ordens possibilitaram a queda de Acre. A união das duas Ordens não era uma idéia nova. Ela já fora discutida no Concílio de Lyon em 1274.

Impactado pela queda desastrosa de Trípoli em 1289 e Acre em 1291, as duas acontecidas durante seu pontificado, Nicolau IV ficou aberto a toda solução potencial e encorajou um largo debate visando a união das Ordens.

Em fim de contas o empenho do Papa não produziu nada decisivo no sentido de desencadear outra cruzada. A morte do Pontífice em 1292 pôs fim a essa perspectiva.


As Cruzadas a Terra Santa ficaram paralisadas pelas dissensões criadas no seio do cristianismo europeu por heresias e por revoltas como a do imperador Frederico II.

Esses atos de desobediência contra a hierarquia e a ortodoxia da Igreja Católica preanunciaram a explosão da Revolução gnóstica e igualitária cujos desdobramentos nefastos fazem-se sentir até o dia de hoje.

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Um comentário:

  1. Obrigada, Isso Ajudou Bastante no meu Trabalho de Historia! Explica Muito Bem Sobre o Assunto.


    Bjs..

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