segunda-feira, 3 de outubro de 2011

São Luís, o mameluco Octai e a honra do cavaleiro cristão


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








A cavalaria católica deu à Igreja muitos santos, como São Luís IX, rei da França. Alcançou sua maior perfeição nas Ordens Religiosas militares, como a do Santo Sepulcro, a dos Hospitalários e a dos Templários.

O cavaleiro era respeitado e amado. Mesmo entre os infiéis o prestígio da instituição era extraordinário. Seus brasões e cruzes infundiam terror e admiração.

Na cruzada de São Luís contra o Egito deu-se um episódio característico.

O exército cristão sofreu grave derrota em Mansurah. A doença completou a desgraça. São Luís doente caiu em poder dos muçulmanos junto com a maior parte de suas tropas.

O sultão Almoadam ficou ébrio de orgulho. Mas os mamelucos do Egito, que tinham suportado o peso da guerra, estavam descontentes e resolveram assassiná-lo durante as festas da vitória.

No final do banquete um oficial tentou matá-lo, mas apenas conseguiu feri-lo. Ele fugiu e se encerrou numa torre.

Os rebeldes puseram fogo à torre. Vendo-se perdido, Almoadam lançou-se do alto e caiu aos pés de seus inimigos. Implorou perdão e ofereceu em prantos o seu próprio trono, em troca da vida.

Tudo em vão. Um dos chefes de sua guarda, Octai, o repeliu com ira, os mamelucos o transpassaram com inúmeros golpes.

Em Forescour estavam os prisioneiros cristãos, inclusive São Luís.

No meio dessa angústia, Octai entrou na tenda São Luís com a espada ensangüentada.

O maometano disse: “Almoadam já não existe. Que me darás por ter-te libertado de um inimigo que premeditava a tua ruína e a nossa?”

São Luís nada respondeu.

O infiel apontou-lhe a espada, e exclamou irado: “Não sabes que eu sou senhor de tua pessoa? Faze-me cavaleiro, ou serás morto!”

São Luís respondeu então: “Faze-te cristão, e te farei cavaleiro”.

Octai retirou-se, sem fazer mal a São Luís.

Podendo pedir terras, riquezas (São Luís prometera um milhão de bizantinos de ouro pelo resgate de suas tropas), podendo vingar-se contra o rei cristão, esse maometano preferia a honra de ser cavaleiro.

Assim, Octai, um infiel, provou o prestígio e a glória da cavalaria medieval.




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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Santa Aliança católica contra a expansão muçulmana

Papa São Pio V vê miraculosamente a vitória das armadas católicas contra os turcos em Lepanto
O músico Fernando de las Infantas (Córdoba, 1534-1609) quis comemorar a união das forças católicas para enfrentar a expansão do poder otomano no Mediterrâneo sob o impulso do Papa São Pio V.

E compôs a partitura “Ecce quam bonum” – “Oh, como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem juntos”, Salmo 132 (133).

A partitura leva o o subtítulo “com motivo do Sagrado Convênio”. Quer dizer, a Santa Aliança formada pelos Estados Pontifícios, Espanha, Veneza e Malta, no fim de 1570, por iniciativa do glorioso São Pio V.

Veja vídeo
“Oh, como é bom
e agradável para irmãos
viverem juntos”

A Santa Aliança visava cortar o passo à expansão turco-maometana.

E resultou na histórica – e miraculosa – vitória sobre a frota muçulmana em Lepanto.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O velho abade cruzado e o jovem traidor

Montemor o Velho, lenda do abade de Montemor, ©Rui Ornelas
Numa fria noite de Natal, em pleno século IX, o abade Dom João de Montemor, superior de todos os abades de Portugal, regressava à sua casa depois de haver celebrado.

Ao passar por uma das igrejas que havia no caminho, ia persignar-se devotamente, quando o pranto de um menino o deixou surpreso.

Aproximou-se da porta de igreja, e viu que na entrada havia uma criatura que tremia de frio. Com muita compaixão, tomou o menino, arrumou-o bem e o levou consigo ao seu palácio.

Grande foi a admiração de todos os familiares e serventes do abade, ao vê-lo aparecer com uma criança nos braços.

Explicou o ocorrido, e ordenou ao seu mordomo que dispusesse todo o necessário para que o menino abandonado fosse atendido devidamente. Com efeito, tudo de que necessitava foi-lhe proporcionado. E assim foi crescendo o menino, que recebeu o nome de Garcia.

O bom abade Dom João de Montemor, que havia já passado os umbrais da ancianidade, via com júbilo que aquele menino abandonado ia se fazendo galhardo mancebo, e certos temores que havia alentado se desvaneceram. Sucedia que o menino havia sido fruto do pecado, e o abade tinha medo de que no rapaz se demonstrasse a perversidade da sua origem.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Brasil e os templários no plano da Providência

Milagre de Ourique
Portugal nasceu sendo rei D. Afonso Henriques. Na batalha de Ouriques, ele estava na indecisão do resultado da luta contra Castela, e apareceu a ele Nosso Senhor com as cinco chagas, pregado na Cruz, e incitando-o a que ele não perdesse o ânimo e que continuasse para frente. Porque a Providência queria um Portugal português.

Ele continuou a batalha e ganhou. E daí as cinco chagas de Nosso Senhor estarem na origem do reino de Portugal, que era antes um condado e que passou a reino no tempo dele.

A origem de Portugal e toda sua vida é, portanto, profundamente embebida de coisas católicas.

Nós dizemos que os reis de Portugal, ou Pedro Alvares Cabral, descobriu o Brasil. Essas coisas são muito controvertidas, e uma delas é flagrantemente errada.

Não foi Portugal que descobriu o Brasil. Eram portugueses os marinheiros, os capitães, a escola de navegação de Sagres, em base na qual as naves portuguesas vieram ter aqui, com Pedro Alvares Cabral dirigindo esbarraram no Brasil.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Arquivista do Vaticano diz ter esclarecido o "segredo" dos templários: eles veneravam o Santo Sudário

Arquivo Secreto Vaticano

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Uma ciência que se ouve mencionar pouco é a Diplomática, ou “corpo de conceitos e métodos com o objetivo de provar a fidedignidade e a autenticidade dos documentos. 

Ao longo do tempo ela evoluiu para um sistema sofisticado de ideias sobre a natureza dos documentos, sua origem e composição, suas relações com as ações e pessoas a eles conectados e com o seu contexto organizacional, social e legal”.

Barbara FraleEssa ciência apresentou resultados que darão para falar.

Em artigo estampado no quotidiano vaticano “L'Osservatore Romano” Barbara Frale (foto), investigadora do Arquivo Secreto Vaticano, defende que, segundo os documentos que possui a Santa Sé, os cavaleiros da Ordem do Templo custodiaram e veneraram o Santo Sudário no século XIII.

A versão segundo a qual eles adoravam uma cabeça barbada não teria passado de uma difamação.

Esta foi promovida pelo iníquo rei da França Felipe IV o Belo com a intenção de fechar a Ordem e confiscar seus bens.

O fechamento aconteceu em 1307 com a anuência do Papa Clemente V.

Após um polêmico e expeditivo processo, Jacques de Molay, Grão Mestre templário foi queimado vivo em Paris com mais 137 monges-guerreiros.

Eles protestaram inocência até o fim. Os bens da Ordem foram confiscados por reis e eclesiásticos.

A autora do artigo especializou-se na polêmica existência dos templários. O caso ainda hoje faz correr abundante tinta.

O artigo da Dra. Frale “Os templários e o Sudário – Os documentos demonstram que o tecido lençol foi custodiado e venerado pelos cavaleiros da Ordem no século XIII” é uma antecipação do seu livro que sairá a público no próximo verão europeu.

Frale já publicou “L'ultima battaglia dei Templari. Dal codice ombra d'obbedienza militare alla costruzione del processo per eresia” (Roma, Libreria Editrice Viella, 2001); “Il Papato e il processo ai Templari. L'inedita assoluzione di Chinon alla luce della diplomatica pontificia (Roma, Libreria Editrice Viella, 2003); “I Templari” (Bolonha, Il Mulino, 2007); “Notizie storiche sul processo ai Templari” (in “Processus contra Templarios”, Cidade do Vaticano, Archivio Segreto Vaticano, 2007).

Primeira sede dos Templários, atual mesquita Al Aqsa, JerusalémA Ordem nasceu em Jerusalém pouco depois da primeira Cruzada. Ela visava defender os cristãos na Terra santa.

Seu nome era “Pobres Irmãos-Soldados de Cristo e do Templo de Salomão” porque instalaram sua primeira sede nas ruínas do palácio do rei-profeta.

A Regra dos cavaleiros-monges foi aprovada pelo Concílio de Troyes em 1129. São Bernado de Claraval teceu um subido elogio do estilo de vida dos frades-soldados.

Rapidamente tornou-se a ordem mais poderosa e ilustre da Cristandade medieval.

Era uma coluna que defendia militarmente as fronteiras da Cristandade e sustentava o combate contra o Islã invasor.

Santo Sudário, Ciência confirma a IgrejaNo ano de 1287 o jovem nobre Arnaut Sabbatier ingressou no Templo. Na cerimônia, Arnaut foi conduzido a um local só acessível para os monges-soldados do Templo.

Ali foi-lhe mostrado um lençol de linho que tinha impressa a figura de Nosso Senhor. Ele a beijou ritualmente três vezes na altura dos pés.

O documento está no processo contra os templários. Mas segundo Barbara Frale, tratava-se do Santo Sudário de Turim.

O histórico, hoje muito estudado, da mais famosa relíquia da Cristandade abona a teoria.

Em 1978 o historiador de Oxford, Ian Wilson, reconstituiu o percurso do sagrado lençol, passando pelo saque da capela dos imperadores de Bizâncio durante a quarta cruzada em 1204.

Entre as calúnias promovidas pelo rei da França estava a de adorar um misterioso “ídolo”: uma cabeça com barba. Mas Wilson concluiu que deveria se tratar, em verdade, do Santo Sudário.

Para Wilson, os anos em que não se tem notícia do paradeiro do Santo Sudário correspondem ao período em que a relíquia foi custodiada no maior segredo pelos cavaleiros templários.

Os templários, acrescenta Barbara Frale, promoveram liturgias especiais da sagrada relíquia. Eles tocavam elementos de seu hábito no Santo Sudário para pedir proteção contra os inimigos no campo de batalha.

A forma de devoção praticada pelo jovem templário Arnaut Sabbatier é idêntica à que praticou São Carlos Borromeu em 1578 quando a venerou em Turim seguindo os costumes dos dignitários do Templo.

A agencia ACIPrensa destaca que os templários custodiaram o Santo Sudário para que não caísse nas mãos dos hereges do Oriente (heresias diversas) e do Ocidente (cátaros) que negavam que Jesus Cristo fosse verdadeiro homem.

Os templários guardavam a santa relíquia numa urna especial que só permitia ver o rosto.

A relíquia “era o melhor antídoto contra todas as heresias” pois nela pode-se “ver, tocar e beijar” o próprio pano encharcado de sangue que envolveu Nosso Senhor Jesus Cristo na sua sepultura.

É a prova mais evidente de sua Humanidade Santíssima e da veracidade de sua Paixão e Morte.
Santo Sudário, negativos de fotos, corpo inteiroO diário “The Times” de Londres , assim como o diário “The Telegraph” relembraram que a relíquia, “desapareceu” para só reaparecer após o fechamento dos templários em Lirey, França, no ano de 1353.

Ela formava parte do espólio do templário Geoffroy de Charney, queimado junto ao Grão Mestre da Ordem Jacques de Molay.

Desde então muitas imposturas tem circulado a respeito de falsas continuidades da Ordem do Templo, com ritos e iniciações esdrúxulas sem autenticidade.

O auge dessas inépcias novelescas deu-se com o malicioso livro “O Código da Vinci” desprovido de toda seriedade.

Pergaminho de ChinonEm 2003 a Dra Frale descobriu o Pergaminho de Chinon . O documento prova que o Papa Clemente V exonerou de culpa os templários. Porém, eles foram dispersos e seus bens apropriados indevidamente.

A relíquia foi adquirida pela dinastia de Sabóia no século XVI. No século XX foi objeto de exigentes análises científicas que produziram um impressionante volume de dados que abonam sua autenticidade.

Barbara Frale imposta seu livro de um ponto de vista histórico-arqueológico. Ela não entra em questões teológicas. Mas, seu trabalho suscita questões da mais alta importância... para o século XXI!

A única continuidade genuína dos templários foi a Ordem de Cristo, fundada em 14 de Março de 1319, a pedido do rei Dom Diniz de Portugal, por bula do papa João XXII.

A nova ordem acolheu os últimos templários. As naus que descobriram o Brasil levavam a insígnia da Ordem de Cristo, estabelecendo uma ponte entre o País e os eventos que agora foram revelados.




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segunda-feira, 28 de março de 2011

“Com pavor lembrou o mouro”: romance do furor muçulmano

Neste romance, o autor, retrata a perturbação do espírito muçulmano: dominado pelo desespero e frustrado pela lubricidade.

É consumido pelo desejo de matar até encontrar ele próprio a morte.

Morte que o enche de pavor privado como está de esperança na salvação eterna.

“Con pavor recordó el moro” (Romance de Moriana), de Luis de Milán (Milão 1500 – Valencia 1561), músico de fim da Idade Média e profundamente penetrado pela Renascença.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

São Domingos de Gusmão pregador da Cruzada contra os cátaros (2)

continuação do post anterior

Após o gesto profético do bispo de Osma, o venerável D. Diego de Acebes, que percebendo a crueldade e a maldade dos cátaros, ou albigenses, implorou aos céus o castigo dos hereges, só faltava uma faísca.

Essa faísca foi o assassinato do legado papal D. Pedro de Castelnou em 1208. Deu-se então um movimento do Espírito Santo no sentido de uma Cruzada de legítima defesa contra os cátaros.

Então os valorosos frades dominicanos pregaram por toda a parte a Cruzada.

Formou-se então, com o apoio dos senhores feudais do centro e do norte da França, a grande Cruzada que, sob a capitania de Simão de Monfort, destroçou os albigenses, dispersou-os e desmantelou as suas fortalezas e acabou com essa heresia.

Nós devemos aqui admirar, em primeiro lugar, a coragem e a mansidão dos dominicanos daquele tempo. Como eles empregaram as armas da persuasão em toda medida possível.

Nós devemos também admirar que eles não só se expunham ao risco de vida, mas também ao ridículo. Eles aceitavam de ser caçoados por amor de Nosso Senhor Jesus Cristo. Reagiam com argumentos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

São Domingos de Gusmão pregador da Cruzada contra os cátaros (1)


São Domingos de Gusmão nasceu em Caleruega, Espanha, e foi o inspirador de uma cruzada contra os hereges cátaros, ou albigenses, do sul da França, no século XIII.

Os albigenses negavam todas as verdades da doutrina católica. Porém, à maneira dos progressistas dos nossos dias, eles ocultavam os erros que professavam.

No fundo eram panteístas, tendentes ao culto do demônio. Porém, eles se fingiam de católicos e negavam que fossem hereges.

Quando denunciados, eles diziam que os Papas eram injustos com eles, porque eles observavam a verdadeira doutrina.

Para convencer esses cátaros de que estavam errados a Providência suscitou um homem inteiramente excepcional que foi São Domingos de Gusmão.

A Providência velou com um zelo muito especial sobre São Domingos. Quando ele estava para nascer, a mãe dele teve uma visão de um cachorrinho andando e levando na boca uma tocha.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Canção de Cruzada: por causa dos nossos pecados

A Canção de Cruzada seguinte foi criada para encorajar os cristãos a participar na campanha contra a invasão islâmica da Espanha.

A cruzada resultante deu na grande vitória de Las Navas de Tolosa em 1212.

Foi composta após a derrota de Alarcos (19 de julho de 1195) e do avanço dos almohades de Abu Yusuf na península ibérica. O autor Gavaudan (1195-1215) foi um trovador-soldado das cortes de Tolosa e posteriormente em Castela.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Heresias e revoltas: grandes inimigas de novas Cruzadas a Terra Santa

O Papa Nicolau IV (1227-1292) reinou no tempo da queda do último Estado cruzado em Terra Santa: o de Acre em 1291.

A queda de Acre efetivamente pôs fim à presença franca e cristã na Terra Santa.

Como seus predecessores, o Papa Nicolau IV não admitia que cessassem as campanhas cruzadas e aplicou esforços consideráveis, embora mal sucedidos, para convocar uma nova cruzada.

O zelo que o Papa Nicolau demonstrou pela realização de uma cruzada após a queda de Acre pôde ter sido inspirado pelas críticas ao primeiro período de seu pontificado, especialmente no sentido de uma falta de atenção pelas questões de Oriente.

De fato, no início de seu pontificado ele teve que promover cruzadas dentro da Cristandade contra heréticos ou contra maus católicos como o imperador Frederico II e seus descendentes.

A crítica principal era que essas cruzadas desviavam recursos valiosos do Reino Latino de Oriente, Terra Santa. Os cristãos no Leste manifestaram seu desagrado com esses esforços durante décadas.

Sob o influxo da queda de Trípoli em 1289, um ano só após a eleição de Nicolau, ele foi interpelado por um mensageiro templário vindo de Oriente. Os templários criticavam o apóio do Papa Nicolau aos esforços cruzados na Sicília e observavam que tais recursos e forças deveriam ser aplicados na Terra Santa.

Frederico II forçou o Papa
a desviar recursos destinados à Cruzada
Sob o impacto da queda de Acre, Nicolau IV voltou sua atenção para o Oriente e apelou várias vezes aos príncipes cristãos para empreenderem uma nova expedição a Terra Santa.

O Papa presidiu sínodos provinciais nos quais foram debatidos planos para essa nova Cruzada.

Entre os assuntos tratados figurava a união dos Cavaleiros Templários e os Cavaleiros de São João considerando que as tensões entre as duas Ordens possibilitaram a queda de Acre. A união das duas Ordens não era uma idéia nova. Ela já fora discutida no Concílio de Lyon em 1274.

Impactado pela queda desastrosa de Trípoli em 1289 e Acre em 1291, as duas acontecidas durante seu pontificado, Nicolau IV ficou aberto a toda solução potencial e encorajou um largo debate visando a união das Ordens.

Em fim de contas o empenho do Papa não produziu nada decisivo no sentido de desencadear outra cruzada. A morte do Pontífice em 1292 pôs fim a essa perspectiva.


As Cruzadas a Terra Santa ficaram paralisadas pelas dissensões criadas no seio do cristianismo europeu por heresias e por revoltas como a do imperador Frederico II.

Esses atos de desobediência contra a hierarquia e a ortodoxia da Igreja Católica preanunciaram a explosão da Revolução gnóstica e igualitária cujos desdobramentos nefastos fazem-se sentir até o dia de hoje.

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Papa Leão IV: perdão dos pecados para aqueles que morrem em batalha contra os gentios

Papa Leão IV, afresco.
Igreja de S.Clemente, Roma
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O Papa Leão IV reinou desde 847 até 855.

Monge beneditino, ele foi eleito sucessor de Pedro em meio a uma onda perturbadora de ataques por parte dos muçulmanos do Norte Africano, conhecidos como sarracenos, particularmente contra Roma em 846.

Assim que Leão IV se tornou Pontífice supremo da Cristandade, ele tomou as precauções necessárias para evitar futuros ataques contra Roma.

Ele reconstruiu os muros e torres da cidade, e fechou a colina do Vaticano com muralhas defensivas.

É a famosa Città Leonina que envolve o Estado da Cidade do Vaticano.

Leão IV também projetou uma ampla campanha para reformar as grandes igrejas de Roma que haviam sido saqueadas em 846.

O Papa temia novos ataques e seus temores não eram infundados.

Em 849 uma grande frota sarracena partiu contra Roma, mas foi destruída por uma combinação de frotas italianas providencialmente auxiliadas pelo mau tempo.

O Papa também desenvolveu uma estreita aproximação com os reis carolíngios Lotário e Luis.

Prefigurando de alguma maneira ao Bem-aventurado Papa Urbano II ‒ que ofereceu indulgências para aqueles que participassem na I Cruzada em 1095 ‒, Leão IV concedeu semelhantes benefícios para exército franco que batalhava contra os “gentios”, ou pagãos que ainda ameaçavam Europa.

Leão IV extinguiu o incêndio do Borgo
em volta de São Pedro com sua bênção
“Agora nós esperamos que nenhum de vós venha a ser morto, mas queremos que saibam que o reino do Céu será dado em recompensa àqueles que morrerem nesta guerra.

“Porque o Deus Onipotente saberá que eles deram sua vida lutando pela fé verdadeira, pela preservação de seu país e pela defesa da Cristandade. Portanto, Deus lhes concederá a recompensa que temos dito”.



(Fonte: Migne, Patrologia Latina , 115- 656-657, and 161-720. Trans. Oliver J. Thatcher, and Edgar Holmes McNeal, eds. A Source Book for Medieval History (New York: Scribners, 1905) 511-512. Extraído de Project Gutenberg EBook of A Source Book for Mediaeval History).



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