terça-feira, 1 de setembro de 2020

Feudalismo, majestade, mando e obediência

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Na Idade Média a maior parte das nações europeias adotava o sistema feudal.

Esse sistema consistia numa série de monarquias grandes, nas quais se encaixavam monarquias pequenas.

Pode ser comparado de algum modo com o sistema interno de governo da Igreja.

O papa é o rei da Igreja, os bispos são príncipes da Igreja sujeitos ao papa, mas com uma autoridade própria sobre os fiéis.

Depois, a seu modo, os vigários, os párocos em relação ao bispo. Forma assim pequenas monarquias encaixadas umas nas outras.

Há aqui uma cavalgada de cruzados, imaginados por um grande gravurista do século XIX (Alphonse-Marie-Adolphe de Neuville, 1835 – 1885), e que foram para a Terra Santa. Ao centro, a figura central é o rei.

Se não for o rei, ele será por exemplo o grão-mestre da ordem dos templários, ou desta ou daquela outra ordem de cavalaria, que está guiando os cruzados na ofensiva contra os maometanos.

Esses príncipes, cada um tem uma coroa. Só não tem coroa a figura central. Mas a figura central tem uma fronte tal que ela serve de coroa.

Ele está ou não está ciente de que ele ocupa uma alta situação e tem uma alta responsabilidade? Está.

O modo pelo qual ele tem a cabeça de pé, o modo dominador pelo qual ele olha os espaços como quem está habituado a dar ordens, fazer executar aquilo...

O seu corpo teso, indica o guerreiro habitualmente vitorioso, o general que habitualmente leva o adversário na ponta da lança, tudo isso indica nele um homem que tem de um ou de outro modo, a um ou outro título, um verdadeira majestade.

Seguro, ele vai para frente. Num olhar analítico, vê-se que ele tem plano e que está retocando seus planos, segundo os dados que ele vai observando.

De maneira que na hora do choque com o adversário ele já sabe perfeitamente para onde vai o ataque.

Notem agora uma subtileza do desenho: ele olha para o campo de batalha; os vassalos dele, muito altos vassalos, príncipes, olham para ele.

Os príncipes atrás dele estão numa atitude de quem está para receber ordens. Olhem a altaneria deles.

Quando eles mandam, não passa pela cabeça de ninguém desobedecer.

Mas quando o seu legítimo senhor manda, a desobediência não passa pela cabeça deles. Só manda bem quem sabe obedecer.

Olham para ele porque dele emana a autoridade, dele emana o pensamento, nele está o plano e nele está a ordem que indica o plano.


Nele está o ímpeto que ele comunica na hora do ataque.

Portanto, atenções para ele, homenagens para ele, mas altas homenagens. Não é homenagem de qualquer um, é homenagem de príncipes.

Tudo isso não é nada em comparação com outra coisa: uma grande cruz está desenhada sobre o peito de todos eles.

Está aberta como se o peito deles fosse transformado num estandarte.

Cruzes fortes, eu diria quase cruzes pesadas, cruzes magníficas, que indicam o vigor da resolução: "nós vamos combater, estamos resolvidos, a nossa resolução é inabalável, vamos nós!"

Eles estão mais do que tudo cientes da sua dignidade de guerreiros de Cristo, cuja mais alta qualidade é terem sido batizados e pertencerem à Igreja Católica Apostólica Romana. "Maometanos, chegou a hora de vos arrancar Jerusalém".

Eles não estão fazendo pose para a multidão, eles não estão disputando votos, nem dependem de votos.

Esses homens não dariam candidatos a vereador, por exemplo. A coisa é outra.

São dois mundos, dois pólos. Este é o ideal que a Cristandade quer pôr no píncaro.

O homossexual, o líder comunista, o agitador da Revolução Francesa, é o oposto que está cada vez mais subindo e que, pelo poder de Nossa Senhora, Ela derrubará no chão.

Pelo poder de Nossa Senhora, os filhos dEla derrubarão no chão!

Alguém dirá: "Derrubarão no chão, Dr. Plinio?" Sim, é verdade, para serem pisados pela Virgem!


Plinio Corrêa de Oliveira. Texto sem revisão do autor.




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