quarta-feira, 4 de setembro de 2019

O espírito de Cruzada: única resposta válida à soberba do Islã

Santo Agostinho, bispo de Hipona na África, joga por terra as heresias. Paul Vergós (atribuído, c.1470 o 1475-1486),  Museo Nacional de Arte de Cataluña, Barcelona
Santo Agostinho, bispo de Hipona na África, joga por terra as heresias.
Paul Vergós (atribuído, c.1470 o 1475-1486), 
Museo Nacional de Arte de Cataluña, Barcelona
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Antes das invasões muçulmanas, toda a África do Norte e toda a Ásia Menor eram católicas apostólicas romanas embora arrebentaram umas tantas heresias.

Mas essas foram juguladas depois e a ortodoxia sempre prevalecia com a pregação de grandes doutores e Padres da Igreja como Santo Agostinho na África e muitos outros como São João Damasceno em Constantinopla.

Após as invasões maometanas e a destruição da Cristandade da Ásia Menor e Terra Santa, a única nação com grande densidade católica que restou foi o Líbano. No Norte de África, a religião católica desapareceu completamente.

Pela África, os muçulmanos invadiram a Espanha e Portugal, chegando até a França, onde foram derrotados por Carlos Martel na batalha de Poitiers. Foi ali que o impulso mafamético se deteve.

A Reconquista espanhola levou 800 anos. Oito séculos de luta entre católicos e árabes.



Em face da invasão dos maometanos havia católicos de duas correntes diversas.

Uma era dos que queriam fazer cruzada no território espanhol e português para pôr fora os árabes. A figura histórica de maior realce desta linha foi São Fernando, rei de Castela.

A outra corrente era a dos católicos do estilo da democracia cristã, chamados moçárabes.

Eles faziam uma política de mão estendida aos mouros. Eles lhes ficavam sujeitos numa situação onde embora humilhados podiam continuar a comer, beber e dormir.

Essa divisão entre os católicos retardou muito a expulsão dos mouros.

Afinal de contas, com o apoio da Santa Sé, a pregação das cruzadas, as indulgências, as Ordens religiosas constituídas para combater os maometanos, o poder islâmico deixou de representar um perigo para o Ocidente.

Pelo contrário, a Cristandade tomou a ofensiva junto ao Oriente, apresentando uma civilização que tinha se desenvolvido muito.

Enquanto que o atraso da civilização maometana era humilhante.

Foi um período de contra-ataque do Ocidente todo feito pelo prestígio da riqueza, da técnica e da civilização esplendorosa que foi-se erguendo até ao século XIX, e no XX principiou a decair.

Porta-estandartes do Califa de Bagdá: o belicismo invasor maometano
A partir do momento que as relações entre Ocidente e Oriente foram se tornando mais fáceis por causa do progresso dos meios de comunicação, houve muito mais intercâmbio entre os descendentes dos cruzados e os de Maomé, que, outrora tinham atacado largamente a Cristandade.

O século XIX salientou-se pela Historiografia, ou seja a arte de escrever história. Os historiógrafos e historiadores foram no encalço dos comerciantes e dos generais do Ocidente.

Esses historiadores estudaram as línguas e dialetos árabes de vários países, e meteram-se a pesquisar os arquivos ismaelitas, para saber como eles contavam as Cruzadas.

Notaram, pois, que os maometanos tinham muito ressentimento dos cruzados, porque estes entravam em suas regiões e por toda a parte faziam-nos sofrer; matavam-nos na guerra, diminuíam seu poder religioso, impunham liberdade para religião católica.

Esses historiadores ateus ou protestantes, portanto inimigos da Igreja Católica, chegavam quase sempre à conclusão de que as Cruzadas constituíram um grande erro para a religião católica.

Se os cruzados tivessem ido ao Oriente animados de métodos amáveis e processos simpáticos teriam conquistado os maometanos para a fé católica.

Assim, seria preciso que, doravante, nunca mais entrassem em luta contra os árabes. Deviam procurar por meio do sorriso fazer a reparação do erro medonho, que foi o de armar as Cruzadas.

Quem pensa assim é a favor da política da mão estendida em relação ao comunismo hodierno, porque pensa que o homem é visceralmente bom.

Quando ele se extravia ele diz que é porque da parte dos bons houve uma inabilidade.

Se os bons fossem sempre hábeis, sempre conquistariam pelo sorriso e pelas concessões os adversários.

Assim, nunca haveria perseguição religiosa. De sorriso em sorriso, a Igreja Católica conquistaria os homens.

Massacre dos peregrinos de Pedro o Ermitão: só o combate organizado da Cruzada podia vencer
Massacre dos peregrinos de Pedro o Ermitão:
só o combate organizado da Cruzada podia vencer
É curioso que este modo de pensar levantaria a seguinte objeção:

Se sempre que os maus se erguem contra os bons e os perseguem, a culpa está dos lados dos bons, então Nosso Senhor Jesus Cristo teve culpa de ser perseguido e até crucificado.

Ele também não soube aplicar a tática do sorriso. Se tivesse sabido aplicá-la, teria aproveitado o momento de popularidade do Domingo de Ramos, e levado aquele povo todo a uma grande reconciliação e nunca teria acontecido o que aconteceu depois.

Como Ele foi muito intransigente nos seus princípios daí Lhe adveio toda a impopularidade e toda a tragédia.

Ceder, sorrir, não ter princípios e pagar qualquer preço doutrinário ou ideológico para evitar a guerra, colocar a morte física como mal supremo e o pecado como nenhum mal, eis a mentalidade hoje deu no progressismo, na politique de la main tendue, no maritainismo e em quantas aberrações há por aí.

E hoje deu na posição da esquerda católica face aos islâmicos, que é a seguinte: nunca briguem com eles; não discutam religião e não os ataquem: sejam muito amáveis e façam o que eles quiserem. Eles, assim, se converterão.

O problema é não dar aos seguidores do Corão a impressão de que os católicos poderão algum dia vir a combatê-los.

Este seria o grande erro, que é preciso nunca incorrer, segundo a esquerda católica.



Continua no próximo post: Nossa Senhora alma do espírito da Cruzada



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