Papa Francisco reza com líder islâmico na ex-catedral Hagia Sophia, Constantinopla, arrancada pela força pelos invasores turcos |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Numa entrevista ao “National Catholic Register” o Pe. Henrique Boulad, ex-provincial dos jesuítas no Egito, comentou a carta que enviou em agosto ao Papa Francisco, sobre a sua posição tolerante em relação a esse inimigo da Civilização Cristã:
“Parece-me que sob o pretexto de abertura, tolerância e caridade cristã, a Igreja Católica caiu na armadilha da ideologia esquerdista liberal que está destruindo o Ocidente.
“Qualquer coisa que não se compagine com essa ideologia é imediatamente estigmatizada em nome do ‘politicamente correto’.
“Muitos pensam que algumas de vossas posições estão alinhadas com essa ideologia e que vós ides, por complacência, de concessões em concessões, de compromissos em compromissos, às expensas da verdade.”
Prossegue o Pe. Boulad em sua advertência:
“O Ocidente está num total fracasso ético e moral, religioso e espiritual.
“E não é relativizando a dolorosa realidade que se ajudará essas sociedades a emergirem de sua confusão.
“Defendendo o Islã a todo custo e procurando exonerá-lo dos horrores cometidos em seu nome todos os dias, se acabará por trair a verdade.”
Argumenta ainda o jesuíta:
“Jesus nos disse: ‘a Verdade vos tornará livres’. Foi porque Ele recusou qualquer compromisso a esse respeito que sofreu o destino que O aguardava.
“Seguindo-O, um sem-número de cristãos preferiu o martírio ao compromisso. É o caso até hoje, no Egito e em muitos outros lugares.”
Pe. Boulad SJ: “seguindo Jesus, um sem-número de cristãos preferiu o martírio ao compromisso” |
“Com extrema fragilidade, os cristãos — tanto do Leste quanto do Oeste — estão esperando de vós algo mais que declarações vagas e inócuas que podem obscurecer a realidade.
“Vosso predecessor, o Papa Bento XVI, teve a coragem de tomar uma posição clara e sem ambiguidade.
“Sua atitude levantou [contra ele] uma grande oposição e conquistou-lhe muitos inimigos.
“Mas a confrontação franca não é mais salutar que um diálogo baseado no compromisso?”.
O arguto jesuíta, fazendo a distinção entre ”promotores da paz” e “pacifistas”, diz estas severas palavras ao Sucessor de Pedro:
“Já é hora de emergir de um silêncio vergonhoso e embaraçado em face desse Islamismo que ataca o Ocidente e o resto do mundo.
“Uma atitude sistemática e conciliatória nossa é interpretada pela maioria dos muçulmanos como sinal de medo e fraqueza.
“Jesus nos disse: Bem-aventurados os que promovem a paz, e não: Bem-aventurados os pacifistas. Paz a qualquer preço é pura e simplesmente uma traição à verdade.”
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