segunda-feira, 6 de junho de 2016

Assalto do Islã: a grande batalha pelo coração da Cristandade

Kara Mustafá Pashá chefiou a invasão islâmica e o assalto de Viena em 1683
Kara Mustafá Pashá chefiou a invasão islâmica e o assalto de Viena em 1683
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs



No ano de 1683, a capital austríaca foi cercada por um imenso exército muçulmano vindo de todo o Oriente. De sua defesa dependeu o futuro da Cristandade. O Papa Inocêncio XI convocou uma Santa Liga dos povos cristãos para salvar a Áustria e a Europa cristã.

Ao ver chegarem uma clava e uma bandeira de comando, presentes do imperador turco, o conde húngaro Américo Thököly creu realizarem-se seus ambiciosos desejos de senhorio sobre toda a Hungria, quebrando os laços com a Áustria.

Educado no ódio contra a Áustria, sobretudo um ódio religioso contra a Igreja Católica, o conde Thököly pôs-se secretamente ao serviço do império otomano, levando depois a Hungria a se rebelar e tomar parte na luta contra a Áustria.

Em anteriores artigos foram relatados fatos históricos sobre as tentativas de expansão muçulmana sobre a Cristandade na Europa.

Não é de estranhar que hoje o “Estado Islâmico” tente repetir os “feitos” de seus antepassados..

A Áustria católica era então a grande muralha de proteção da Europa contra a invasão muçulmana proveniente do império turco.

Foi um momento transcendental da História; importante como o ano 732, quando os árabes foram barrados diante de Tours, por Carlos Martel na batalha de Poitiers.(1)

Prelúdio da batalha

Devido a vínculos de casamento, e mais especialmente à necessidade de proteção da Hungria contra os muçulmanos, desde 1526, após a Batalha de Mohács, os imperadores austríacos assumiram o reino húngaro.



Pouco mais de 150 anos depois, sobretudo devido ao alastramento do protestantismo, os próprios húngaros, sob o comando de Thököly, entregaram voluntariamente seu país em troca do esmagamento da católica Áustria.

Anteriormente à declaração de guerra pelos turcos, o imperador austríaco, Leopoldo I de Habsburgo, havia trabalhado pela manutenção da paz com os otomanos.

Contudo, quanto mais ele insistia em propostas de paz, tanto mais os muçulmanos viam nesse esforço uma fraqueza do Ocidente, acreditando que o imperador estava indefeso e que a vitória do islã era indubitável.

Batalhas previas precederam o assalto da capital do Império cristão.
Batalhas previas precederam o assalto da capital do Império cristão.
Em 1682, após conseguir o apoio de Thököly e, veladamente, o da França, o sultão Maomé IV decidiu conquistar Viena, capital do império austríaco.

O comando foi entregue ao grão-vizir Kara Mustafá, que convocou as legiões da Ásia e da África. Se ele vencesse a batalha – o que parecia muito fácil – seria um golpe de morte na Cristandade. Seu maior objetivo na ocasião era a conquista de Viena.

Em um avanço que lembra a expedição do rei persa Xerxes contra a Grécia na Antiguidade, os combatentes de Kara Mustafá desembarcaram na Europa provenientes de todos os portos, do Danúbio ao Eufrates, do mar Adriático às cataratas do Nilo.

Cálculos menores estimam um exército de 200 mil homens e 300 canhões. Selim I, khan dos tártaros da Crimeia, o príncipe Miguel Apaffy, da Transilvânia, George Ducas, da Moldávia e Serban Cantacuzino, príncipe da Valáquia, engrossaram o exército de Mustafá, enviando contingentes de suas terras. Thököly com seus húngaros, ocultando de início sua aliança com os otomanos, serviram de guias da expedição.

O sultão e seu numeroso exército caminharam com inaudito fausto de Adrianópoli, na Turquia, até Belgrado, na Sérvia. Lá ele entregou a Kara Mustafá a bandeira verde do Islã.

A cada dia de marcha agregavam-se reforços, juntando-se os paxás com suas tropas à expedição. Revestida de muito esplendor – cores brilhantes, armas refulgentes e músicas militares — a torrente crescia, num clima de alegre festa de conquista.

Luis XIV, rei da França, contava seguramente com a queda de Viena. Sua equivocada oposição aos Habsburgo levou-o à danosa opção de apoiar e incentivar a revolta húngara, bem como a invasão otomana.

Ele planejava, após a vitória turca, entrar no combate com seus exércitos e tornar-se o salvador da Europa, caso o elegessem imperador. Mas não se atrevia a apoiar publicamente os turcos, por consideração à opinião pública europeia, especialmente à de a seu povo e ao Papa Inocêncio XI.



continua no próximo post: O Islã às portas de Viena: um Papa santo convoca a Cruzada



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