Simão IV, conde de Montfort, foi o segundo filho de Simão III e de Amícia, filha de Roberto de Beaumont, conde de Leicester, na Inglaterra. Nasceu aproximadamente em 1150.
Tendo sucedido a seu pai como barão de Montfort em 1181, casou-se em 1190 com Alice de Montmorency, de quem teve três filhos.
Em 1198 partiu para a Palestina com uma tropa de cavaleiros franceses, mas obtiveram poucos êxitos.
Em 1202 participou da IV Cruzada. Mas vendo que seus companheiros se desviavam do fim piedoso que os tinha movido, e tomaram de assalto Constantinopla, separou-se deles e foi para a Terra Santa, onde se cobriu de glória.
Alguns anos mais tarde, em 1209, aderiu à cruzada convocada pelo Papa Inocêncio III contra os albigenses, no sul da França.
Quem eram os albigenses
Tomando o seu nome da cidade de Albi, ao sul da França, centro da heresia, essa seita panteísta e maniqueísta pregava a existência de dois princípios (ou deuses) opostos, um bom e outro mau.
O bom era o criador do mundo espiritual, e o mau o do material.
Eram considerados males — frutos do princípio mau — os fenômenos naturais, como o crescimento dos homens, animais e plantas, e mesmo os fenômenos extraordinários, como terremotos; esse princípio mau era também responsável pelas desordens sociais, como a guerra.
Fora ele quem criara o corpo humano, e, sendo responsável pela matéria, era o autor do pecado, o qual teria sua origem nela, e não do espírito.
Por isso a procriação era também um mal, porque perpetuava a matéria. Foram eles precursores dos atuais inimigos da vida, utilizando preservativos e práticas anti-natalistas.
Daí tiravam como consequência os maiores absurdos.
O ideal para os mais perfeitos era aniquilar o corpo até atingir uma espécie de nirvana budista.
Para livrar-se da matéria pecaminosa, alguns chegavam a tais excessos, que procuravam a morte pela abstenção da comida e da bebida (endura), por sangramentos ou veneno, ou ainda fazendo-se degolar para não voltar a cair na classe dos impuros.
Segundo essa doutrina, Cristo, como era perfeito, só tinha espírito. Seu corpo material era apenas uma aparência.
Com isso, consequentemente, negava-se sua paixão e morte real; negavam também a maternidade divina de Nossa Senhora e os Sacramentos.
Evidentemente, os albigenses eram contra a Igreja enquanto instituição e contra sua Hierarquia, e visavam sua extinção, como também a do Estado.
Constituíam uma seita “socialista, ou seja, anarquista”, contrária ao casamento e à propriedade privada, e mesmo contra a raça humana, ao pregar o suicídio.
Desejavam extinguir a Igreja e instalar um Estado onde só houvesse puros. O Papa Inocêncio III dizia que os albigenses eram piores que os sarracenos.
Quando os albigenses adquiriram força suficiente, com o auxílio de vários senhores da região, aos poucos começaram a atacar igrejas e mosteiros, a expulsar bispos de suas cidades e a ameaçar os fiéis.
A situação chegou a tal estado de calamidade, que uma testemunha ocular declara: “Vi igrejas incendiadas e destruídas até os alicerces, e vi os mosteiros transformados em habitação dos animais do campo”.
O grande São Bernardo, visitando aquela região, registra que encontrou “as igrejas sem povo, o povo sem sacerdotes, os cristãos sem Cristo”.
Tal seita teve um grande defensor no conde Raimundo VI, de Toulouse, que “levava uma vida licenciosa, havia-se casado cinco vezes e voltara a se separar de suas mulheres ao seu capricho; atribuíam-se a ele os lances mais licenciosos”.
Outros senhores da região, que levavam vida igualmente licenciosa, favoreceram também a heresia.
Papa Inocêncio III procurou antes ganhar os hereges pela persuasão, enviando entre eles monges cartuxos como missionários. Mas os hereges não lhes deram ouvidos e continuaram em sua impiedade.
O Pontífice incitou então o conde de Toulouse a perseguir seus súditos hereges.
Raimundo VI fez jogo duplo, expulsando alguns deles, mas concorrendo para o assassinato do legado papal, Pedro de Castelnau (1208).
Inocêncio III então o excomungou, desligando seus súditos do juramento de fidelidade, e pregou uma cruzada contra os albigenses.
Entretanto, o rei da França, Felipe Augusto, suserano de Raimundo VI, e por isso mais diretamente responsável pela cruzada, não acorreu ao chamado do Papa por estar em guerra contra João Sem-Terra, da Inglaterra. Mas liberou seus vassalos para esse fim.
Uma multidão deles atendeu ao apelo pontifício, entre os quais o conde Simão de Montfort, que logo foi eleito capitão general da empresa.
Foi ele o homem talhado para tal, pois
“era da madeira de que se fazem os fundadores de Estados. Se bem que já com 60 anos de idade, era ainda um homem formoso, hábil, prudente, intrépido, de heróico valor, incansável, eloqüente, afável; soube inspirar em seus súditos uma fervorosa adesão, e exercia sobre seus inimigos uma forma de fascínio que os paralisava”.
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Espero que nos próximos posts você cite as palavras de Simão de Montfort ao seu comandante das tropas quando este perguntou como reconheceria quem era herege ou não, antes de atacar Béziers: "Matai a todos, Deus reconhecerá os seus!"
ResponderExcluirEssas palavras foram atribuídas ao líder espiritual da cruzada, Arnaud Amalric, por Césário de Heisterbach (em Dialogus Miraculorum).
ExcluirSem o exterminio dos albigenses o Ocidente inteiro teria cometido suicidio na Idade Media.
ResponderExcluirEra uma heresia extremista, antivida e que estava se propagando perigosamente por todo lugar. Gracas a Deus nao houve piedade com eles, pois se sobrevivessem continuariam infectando mortalmente a Cristandade.
Guilherme
preciso saber dois cavaleiros importantes na batalha dos dois lados
ResponderExcluirRaimundo VI (Sul), o grande perseguido
ExcluirBalduíno (irmão rejeitado de Raimundo VI)
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ResponderExcluir- Robson
Me parece que você se esqueceu de citar o caráter da pureza e desapego de bens materiais que eram a base da doutrina Cátara, que segundo muitos historiadores tinha aprovação da maioria da população, inclusive de católicos. Além disso não acreditavam na estrutura e hierarquia da igreja de Roma, por não encontrarem referência a isto em nenhum evangelho, sendo então uma criação para o proveito de poucos (o que não deixa de ser uma grande verdade). A única verdade é que O Papa Inocêncio III cometeu uma das maiores carnificinas da história da humanidade, matando milhares de pessoas inocentes , impondo o catolicismo pelo poder da espada e como sempre se justificando atrás de argumentos imbecis, mas que existem até hoje...
ResponderExcluirOs cátaros não tinham nada de inocentes,eram agnósticos,eram contra o casamento,a procriação,consideravam as grávidas malditas,pre-
Excluirgavam que a salvação não vinha de jesus mas da reencarnação,proibiam alimentos,faziam suas próprias execuções a quem fosse contra
a seita etc,etc.Eu fiz uma pesquisa mais profunda e descobri que essa seita agnóstica disfarçada de cristã tem origem nos judeus da caba
la.E quem disse que não existe hierarquia na Bíblia? bispos,presbíteros obedientes ao bispo supremo o líder da igreja Pedro.As
7 igreja eram obedientes a roma.Basta ler Inácio de Antioquia,Policarpo de esmirna,Irineu,Eusébio de cesareia etc.REPITO:OS ALBIGEN
SES (CÁTAROS) ERAM AGNÓSTICOS SEITA DE ORIGEM DA CABALA.Protestante e ateu defende uma desgraça dessa?