Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Uma pequena ilha no Mediterrâneo foi o cenário de mais um embate entre a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo e o Crescente islâmico.
O destino da Europa cristã ficou reservado à bravura de poucos cavaleiros que se mantiveram firmes para defender um único bastião contra uma quase incalculável horda de inimigos.
E pior, esses cavaleiros cristãos sabiam que para eles mesmos não havia esperança.
Veremos como se deu a brilhante defesa da ilha de Malta pelos valorosos cavaleiros da Ordem de São João de Jerusalém.
O cerco de Malta em 1565 foi o auge da longa história da Ordem de Cavalaria de São João. Ela havia surgido logo após a primeira Cruzada (1099) com o objetivo de dar abrigo aos peregrinos que chegavam a Jerusalém.
O “hospital” fundado na cidade não era destinado somente à cura de enfermidades, mas também ao refúgio dos peregrinos.
Os “hospitalários”, como passaram a ser chamados, constataram depois a necessidade de defender com armas os peregrinos nas perigosas estradas da Terra Santa. Nascia assim uma ordem militar religiosa, seguindo o exemplo dos Templários.
Essas duas ordens militares passaram a ser o corpo de elite dos exércitos cristãos do Reino de Jerusalém. Sua fama era grande.
Seus componentes sempre eram destacados para ocupar as posições mais perigosas nas batalhas e afirmava-se que lutavam como se fossem um só homem, tal era sua disciplina.
Restos do antigo Hospital recuperados em Jerusalém. |
Neste período, adaptaram de maneira formidável seu modo de combate para as lides marítimas.
Passaram a ser chamados de “escorpiões do mar”, pois estavam em constante luta contra a poderosa frota turco-otomana no Mediterrâneo. Os muçulmanos infiéis viam na Ordem do Hospital seu maior inimigo.
O sultão turco não podia suportar a presença dos cavaleiros em Rodes, ilha situada ao sul da atual Turquia.
Em 1522, os hospitalários tiveram que se retirar da ilha, depois de seis meses de cerco — em que todo Império Turco se engajou — e diante dos apelos da população cristã que preferiu a trégua.
Em 1530, o imperador Carlos V cedeu aos cavaleiros a pequena ilha de Malta, localizada ao sul da península itálica e Sicília. Malta passou a ser a sede da ordem, bem como o posto avançado da Cristandade contra o poderio turco-otomano.
No século XVI, os turcos continuavam sua expansão por todas as encostas do Mediterrâneo. Com uma formidável frota marítima, ameaçavam a Europa cristã. O objetivo final do sultão era levar a religião de Maomé até Roma.
Acrescenta-se a isso a confusão interna nos países cristãos, sobretudo por causa da revolução protestante, iniciada pelo monge apóstata Martinho Lutero em 1517.
O Grão-mestre Philippe Villiers de L'Isle-Adam toma pose de Malta |
O sultão Solimão II desejava para logo a conquista de mais territórios europeus, contando com a superioridade naval turca e as divisões existentes entre os príncipes cristãos.
Mas, antes de tudo, impunha-se conquistar a pequena ilha-rocha de Malta, ponte que levaria os turcos à Itália.
Malta era então sede dos poucos, mas impertérritos cavaleiros de São João, sempre devotados na luta contra os turcos.
Em 1565, o sultão reuniu um exército de 40 mil homens e 180 navios de guerra. Sua missão: eliminar de uma vez por todas os cavaleiros de Malta.
Dois comandantes turcos foram designados para a empresa: Piali Paschá e Mustafá Paschá, famosos por suas façanhas.
Em maio daquele ano, as avassaladoras forças turcas chegaram a Malta e lançaram toda sua potência contra a pequena ilha. Mas os cavaleiros da Cruz estavam preparados para detê-las.
continua no próximo post: La Valette: heroico líder da resistênciahttps://ascruzadas.blogspot.com.br/2017/01/la-valette-heroico-lider-da-resistencia.html
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