terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Espada de templário reaparece quase intacta

Espada de cruzado achada no mar de Cesarea
Espada de cruzado achada no mar de Cesarea
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A espada de um cavaleiro cruzado que desceu na Terra Santa quase um milênio atrás para resgatar o Santo Sepulcro foi recuperada das profundezas do Mediterrâneo por um mergulhador amador, informaram funcionários da Unidade de Arqueologia Marinha da Autoridade de Antiguidades de Israel, informaram múltiplos órgãos de imprensa.

A espada ficou sepultada na areia a cinco metros de profundidade, mas só agora foi descoberta quando o jogo das correntes subterrâneas removeu as areias que a haviam escondido.

A lâmina, o cabo e a guarnição de um metro de comprimento embora cheia de organismos marinhos aderidos, ficaram admiravelmente inteiros.

O achado se deu na costa diante do Monte Carmelo, no norte de Israel, numa enseada natural que pode ter servido de refúgio para os barcos medievais especialmente nas tempestades, disse Jacob Sharvit, diretor da unidade de arqueologia marinha da agência.

Poderia ter pertencido a um cavaleiro templário, segundo sugere a proximidade do local do achado da cidadela templária de Atlit.

Segundo os especialistas a antiga espada provavelmente ficou nove séculos invisível até que as ondas removeram a areia.

Nas proximidades havia âncoras de metal e fragmentos de pedra e cerâmica. Agora, a espada será limpa e restaurada para ser exibida.

A espada de 1,20 metros estava em “perfeitas condições”, sendo um “belo e raro achado” que provavelmente pertenceu a um cavaleiro cruzado, disse Sharvit.

“É emocionante encontrar um objeto tão pessoal, que leva 900 anos de volta, a uma era diferente, com cavaleiros, armaduras e espadas”.

Espada medieval que passou 900 anos no fundo do mar
Espada medieval que passou 900 anos no fundo do mar
As altas temperaturas dessas águas podem ter ajudado a preservar a espada de ferro, segundo especialistas mencionados pelo “Washington Post”.

Os moluscos grudaram na arma “como cola” acrescentou Sharvit ao “The New York Times”.

É inusual que uma espada medieval resista íntegra até nossos dias. Ela é de ferro – a técnica do aço veio a ser dominada depois pelos europeus – e normalmente são consumidas pela ferrugem só sobrando as partes de outros metais ou pedra.

Na hora que o Islã volta a assaltar o coração da Cristandade, é simbólico que esta espada reapareça lembrando as façanhas dos heroicos cruzados.

No século XIX um oficial expedicionário francês com seus soldados chegou até o túmulo de Saladino até agora venerado em Damasco.

Conta-se que com a sua espada bateu no túmulo do ímpio rei dizendo: “Saladino, somos que viemos de volta!”.

Que a espada agora achada passe a mesma mensagem à Terra Santa hoje em mãos de infiéis!






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terça-feira, 23 de novembro de 2021

O Grão Mestre e a heroica retirada
dos cavaleiros de Rodes até Malta

Sitio de Rodas em 1522
Sitio de Rodas em 1522
Luis Dufaur
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O sítio de Rodes, em 1522, foi a derradeira tentativa do império turco para expulsar os Cavaleiros Hospitalários que tinham construído sua fortaleza na ilha e, assim, garantir o controle islâmico do Mediterrâneo Oriental.

O primeiro assalto aconteceu em 1480, resultando num doloroso fracasso. VEJA MAIS CLICANDO AQUI.

Os Cavaleiros de São João – também conhecidos como Cavaleiros Hospitalários, e posteriormente de Malta – capturaram Rodes no início do século XIV, após a perda da cidade de Acre, último bastião cruzado na Palestina, em 1291.

A partir de Rodes eles continuaram hostilizando os inimigos de Cristo.

Os turcos, que haviam conquistado Constantinopla em 1453, não suportavam a presença de cavaleiros cristãos em suas próprias barbas.

Além do mais, a fortaleza de Rodes era o maior e mais imediato obstáculo à expansão do islamismo na sua tentativa de invadir a Europa.

Em 1521, Philippe Villiers de L'Isle-Adam (1464 - 1534), nobre francês de alta linhagem, que ingressou na Ordem com 19 anos, foi eleito Grão-Mestre.

Grão Mestre dos Cavaleiros de Rodas Philippe Villiers de L'Isle-Adam
Grão Mestre dos Cavaleiros de Rodas
Philippe Villiers de L'Isle-Adam, em Rodes
Ele logo previu que uma nova invasão muçulmana de Rodes era inevitável. Por isso, continuou a fortalecer a ilha.

Retomou a construção de fortificações, iniciada após a invasão otomana de 1480, e apelou aos cavaleiros da Ordem do resto da Europa para virem em defesa da casa-mãe da mesma.

Porém, os tempos do heroísmo primitivo das Cruzadas infelizmente haviam passado.

O desejo intemperante de prazeres tinha penetrado até as altas esferas eclesiásticas em Roma.

O espírito humanista e renascentista minava os espíritos, os líderes religiosos católicos, civis e eclesiásticos, se voltavam para uma vida de prazeres e exibicionismo.

Nesse ambiente de dissolução de costumes, Lutero já havia acendido a tocha da revolta protestante.

Foi assim que, com exceção de algumas tropas venezianas estacionadas na ilha de Creta, um punhado de heroicos cavaleiros ficou sozinho face ao imenso poder material dos sectários de Mafoma.

Como resultado das obras, a cidade de Rodes ficou protegida por dois, e em alguns lugares por três anéis de muralhas de pedra, além de vários grandes bastiões.

A defesa dessas muralhas e baluartes foi atribuída às seções de diferentes Línguas em que os cavaleiros se haviam organizado desde 1301.

A entrada do porto foi bloqueada com uma pesada corrente de ferro, por trás do qual ficava ancorada a pequena frota da Ordem.

A força de invasão turca chegou com 400 navios e apresentou-se diante de Rodes em 26 de junho de 1522. Comandava-a Mustafá Pashá.

Portas das muralhas de Rodes
Portas das muralhas de Rodes
O sultão Solimão, chamado o Magnífico, chefe supremo dos otomanos, veio à frente de um exército de 100 mil homens que se reuniu em 28 de julho à frota de Mustafá Pachá para assumir o assalto em pessoa.

O Grão-Mestre Villiers de L'Isle-Adam contava com apenas 600 cavaleiros e 4.500 soldados auxiliares.

Os turcos bloquearam o porto, bombardearam a cidade com a artilharia que haviam desembarcado e lançaram quase que diariamente ataques de infantaria.

Também procuraram minar a fortificação por meio de túneis e minas.

O fogo de artilharia turca se fazia sentir numa cadência lenta, mas não deixou por isso de trazer grave prejuízo para as muralhas cristãs.

Porém, após cinco semanas de ataque, em 4 de setembro, duas grandes minas de pólvora explodiram sob o bastião defendido pelos cavaleiros da Inglaterra, cujas muralhas caíram numa extensão de 12 metros, preenchendo o fosso.

O escudo do Grão Mestre ainda perdura nos muros de Rodas
O escudo do Grão Mestre .perdura nos muros de Rodas
A estrada estava aberta para a invasão infrene da multidão de regimentos anticristãos.

Porém, Frei Nicolas Hussey, à testa dos cavaleiros ingleses apoiados pelo Grão-Mestre Villiers de L'Isle-Adam, desferiu uma contra-ofensiva que mandou de volta os fanáticos maometanos.

Por mais duas vezes os turcos tentaram apoderar-se da brecha naquele dia. Porém, em cada oportunidade, os cavaleiros ingleses, auxiliados pelos irmãos alemães, os expulsaram.

No dia 24 de setembro, Mustafá Pashá ordenou um ataque maciço contra os bastiões defendidos pelos cavaleiros da Espanha, Inglaterra, Provence (França) e Itália.

O combate foi furioso. O bastião da Espanha mudou duas vezes de mãos. O esforço maometano foi em vão. O próprio Solimão ficou fora de combate.

Ele se sentiu então de tal maneira despeitado pelo fracasso, que condenou à morte Mustafá Pashá, seu cunhado. Mas acabou poupando-lhe a vida, após outros altos chefes lhe implorarem misericórdia.

O sucessor de Mustafá foi Ahmed Pashá, que tinha muita experiência como engenheiro. Sob suas instruções, os turcos concentraram esforços para dinamitar as muralhas, enquanto a artilharia não cessava seu fogo.

No fim de novembro os cavaleiros repeliram mais uma ofensiva geral.

Palácio do Grão Mestre de Rodes, interior
Palácio do Grão Mestre de Rodes, interior austero e nobre
Mas os dois lados estavam exaustos. Os cavaleiros haviam esgotado suas reservas e não tinham esperança de receber auxílios da Europa.

Do outro lado, a desmoralização tomou conta dos acampamentos das tropas turcas.

A diminuição de seu número pelas perdas sofridas além de doenças as deixara à beira da defecção.

Solimão ofereceu, então, a paz aos cristãos: suas vidas seriam poupadas caso eles se rendessem. Do contrário seriam todos mortos ou escravizados.

Como o povo da ilha não queria mais combater, o Grão-Mestre Villiers de L'Isle-Adam aceitou negociações.

De 11 a 13 de dezembro foi feita uma trégua para permitir as conversas.

Mas quando os moradores exigiram mais garantias para suas vidas, Solimão, que era falso, ficou irado e ordenou novos bombardeios e ataques.

O bastião da Espanha caiu em 17 de dezembro. Com a maioria das muralhas destruídas, a queda da cidade era uma questão de tempo.

Em 20 de dezembro, o Grão-Mestre pediu mais uma trégua.

Desta vez, Solimão fez uma proposta surpreendentemente generosa, talvez devido à sua péssima posição.

Jazigo de Philippe Villiers de L'Isle-Adam, Museu Louis Senlecq
Jazigo de Philippe Villiers de L'Isle-Adam, Museu Louis Senlecq
No dia 22, os representantes da cidade aceitaram a proposta do sultão turco.

Pelo acordo, os cavaleiros teriam doze dias para deixar a ilha, podendo levar suas armas e qualquer símbolo religioso que desejassem.

Os civis que o desejassem teriam três anos para emigrar.

Nenhuma igreja seria profanada ou transformada em mesquita.

E os que ficassem na ilha ficariam livres de imposto durante cinco anos.

Foi assim que, em 1º de janeiro de 1523, os cavaleiros sobreviventes e os últimos soldados marcharam para fora da cidade, com suas bandeiras tremulando ao vento, batendo tambores formados em ordem de batalha, como se fossem vencedores.

Eles embarcaram em 50 navios venezianos com destino a Creta – então possessão veneziana – acompanhados de alguns milhares de leigos.

O último sítio de Rodes acabou com uma vitória otomana, porém a um custo altíssimo: metade da força invasora morrera ou ficara aleijada.

Solimão o Magnífico mandou ler nas mesquitas do império turco  soberbo panegírico do Grão Mestre: “aprendei como se cumpre o dever  até o ponto de ser admirado e honrado pelos próprios inimigos”
Solimão o Magnífico mandou ler nas mesquitas do império turco
soberbo panegírico do Grão Mestre: “aprendei como se cumpre o dever
até o ponto de ser admirado e honrado pelos próprios inimigos”
Donos de Rodes, os islâmicos consolidaram seu controle sobre o Mediterrâneo Oriental, o qual era indispensável para garantir as comunicações marítimas entre Constantinopla, Cairo e os portos do Levante.

Os cavaleiros hospitalários se mudaram de imediato para a Sicília, obtendo depois as ilhas de Malta e de Gozo, além da cidade porto de Trípoli, pertencente até então ao imperador Carlos V.

A partir de Malta os cavaleiros ainda realizaram gloriosos feitos pelas armas católicas.

O Grão-Mestre Villiers de l'Isle-Adam morreu em Malta, no dia 21 de agosto de 1534.

Sabendo de sua morte, o sultão Solimão o Magnífico fez proclamar nas mesquitas do império turco um panegírico onde se lê:

“Crentes, aprendei de um infiel como se cumpre o dever até o ponto de ser admirado e honrado pelos próprios inimigos”.

O corpo do herói foi enterrado no castelo de Sant’Angelo em Malta e transferido em 1577 para a cripta da catedral de São João recém-construída em La Valette, onde repousa até hoje.





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terça-feira, 9 de novembro de 2021

Capítulo geral da Ordem de São João em Rodes: o mando numa ordem religiosa e militar

Capítulo da Ordem de São João de Jerusalém, Rodes 1524.
(1839, museu de Versailles)
900 anos da Ordem de Malta (1113-2013)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Neste ano se comemora o IX centenário da aprovação da Ordem de Malta ou Cavaleiros Hospitalários (oficialmente Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta), pelo Papa Pascoal II, a 15 de fevereiro de 1113.

No quadro: Capítulo geral dos Cavaleiros daquela Ordem, convocado em Rodes pelo Grão Mestre Fabrizzio del Caretto, a fim de obter subsídios para resistir ao ataque do sultão otomano Solimão I, em 1514 (Castelo de Versailles, Sala das Cruzadas, pintura de Claude Jacquand, 1839).

A cena representa o Capítulo geral da Ordem dos Hospitalários de São João, em Rhodes, convocada pelo Grão Mestre Fabrizio del Carretto, em 1514.

A Ordem de São João é a própria Ordem de Malta que é uma Ordem religiosa.

A pintura feita no século XIX situa a cena num ambiente medieval, o que se compreende por todas as razões. É que a Ordem de Malta é uma instituição medieval que conservou seus estilos muito depois de terminada a Idade Média.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

A épica resistência dos cavaleiros de Rodes

Defesa de Rodes em 1480. No centro a torre de São Nicolau
Luis Dufaur
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Em 1480, os Cavaleiros Hospitalários – atual Ordem de Malta – repeliram feroz assalto do Império Otomano.

Desde que sob a imensa pressão maometana tinham sido obrigados a abandonar a Terra santa, eles detinham a posse da ilha de Rhodes.

Dez anos antes, em 1470, a guarnição da ilha de Tilos (localizada entre Rodes e a ilha de Kos) fora evacuada para Rodes, porque a posição era muito vulnerável a um ataque do Império Otomano já em preparação.

Em 1475, pela mesma razão, evacuou-se também a guarnição da ilha de Chalki.

Por fim, em 23 de maio de 1480, uma frota otomana de 170 navios apareceu diante de Rodes, no golfo de Trianda.

Ela trazia um exército de 100 mil homens comandados por Gedik Ahmed Pashá ou Mesih Pashá. A guarnição dos Cavaleiros Hospitalários era chefiada pelo Grande Mestre Pierre d’Aubusson, mas o número dos defensores era francamente pequeno.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Expectativa portuguesa pelo extermínio dos otomanos

D. Afonso Henriques
Luis Dufaur
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Do vaticínio do santo Frei Gil, português, religioso da sagrada Ordem dos Pregadores, que entre eles corre por ser de tempo imemorável (e escuso trasladar, por ser tão sabido), vimos de próximo verificadas e cumpridas as cláusulas que tocam a Hungria, França e Inglaterra.

Seguem-se outras que tocam à Lusitânia, entre as quais uma é a ruína do dito império: Imperium Othomanum ruet; e outra, que a casa de Deus será recuperada: Domus Dei recuperabitur.

Nem devo fazer dúvida que a latinidade deste papel é mais limada do que naquele tempo se usava em Portugal, porque o santo estudou em Paris, onde se abalizou em letras, e teve pacto com o demônio para aprender as ciências facilmente, e depois foi sua conversão maravilhosa, e teve notáveis e frequentes êxtases e revelações, cuja qualificação deixamos, com ânimo rendido, ao juízo da Santa Sé Apostólica, a quem privativamente toca.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

As Ordens Militares, a Igreja e as Cruzadas

Templário (esquerda) e Hospitalário (direita)
Templário (esquerda) e Hospitalário (direita)
Luis Dufaur
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A Santa Igreja, por inspiração do Espírito Santo, engendra através dos tempos os diversos institutos religiosos.

Age assim, a fim de atender às necessidades das almas em cada momento histórico.

É uma das manifestações da sua santidade e da pujança de sua vitalidade.

Na Idade Média havia união entre a Igreja e o Estado. A comunidade dos povos cristãos, fundada na mesma Fé, constituía a Cristandade.

I. é, a grande família de povos sob a autoridade espiritual do Papa e o primado temporal do imperador do Sacro Império Romano-Alemão.

Contra a integridade da Igreja e da Cristandade investiam continuamente os inimigos internos e externos.

Os inimigos internos eram os hereges, que, por meio de suas doutrinas espiritual e temporalmente revolucionárias, procuravam arrebatar regiões e até nações inteiras à jurisdição da Santa Sé e do Império.

Os inimigos externos eram de um lado os bárbaros do oriente europeu (saxões, eslavos, etc., muitos deles depois convertidos) e também do norte da Europa como os vikings (também acabaram se convertendo).

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Beato Urbano II: Carta de Instrução para os cruzados, dezembro 1095

Beato Papa Urbano II
Beato Papa Urbano II
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Urbano, bispo, servo dos servos de Deus, a todos os fiéis, príncipes e súditos reunidos em Flandres; saudação, a bênção e a graça apostólica.

Vosso espírito fraterno, acreditamos, há muito tomou conhecimento por diversos relatos de uma horda bárbara que aflige deploravelmente com horríveis danos as igrejas de Deus, nas regiões do Oriente.

Mais do que isso, parece blasfêmia dizê-lo, ela reduziu a uma intolerável servidão suas igrejas e a Cidade Santa de Cristo, glorificada pela sua Paixão e Ressurreição.

Tomados de piedosa preocupação por esta calamidade, Nós visitamos as regiões da Gália e nós nos consagramos empenhadamente a exortar os príncipes do país e seus súditos a libertarem as igrejas do Oriente.

Nós os intimamos solenemente no Concílio de Auvergne a realizar semelhante empresa, como uma preparação para a remissão de seus pecados.

terça-feira, 31 de agosto de 2021

O Papa Pascoal II comemora a conquista de Jerusalém

O Papa Pascoal II com o rei da Franca Felipe I, em 1107.
O Papa Pascoal II com o rei da Franca Felipe I, em 1107.
Luis Dufaur
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Pascoal bispo, servidor dos servidores de Deus, a todos os arcebispos, bispos e abades da Gália, saudações e bênção apostólica.

Nós estamos obrigados por uma gratidão sem limites à compaixão de Deus Onipotente, porque no nosso tempo Ele determinou liberar a Igreja da Ásia dos bandos turcos e abrir aos soldados cristãos a própria cidade onde o Senhor padeceu e foi enterrado.

Entretanto, nós devemos receber a graça divina com todas as conseqüências que isso implica.

Ele deu-nos aquelas terras que outrora foram do povo da Palestina ou Canaã, e ajuda efetivamente nossos irmãos que ali ficaram.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Após as derrotas, Saladino aceita condições e morre abatido e envergonhado

Ricardo Coração de Leão na batalha de Jaffa, Britannica
Ricardo Coração de Leão na batalha de Jaffa, Britannica
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Após a libertação de Jaffa, Ricardo Coração de Leão só dispunha de dois mil homens, dos quais só cinquenta eram cavaleiros, aliás desmontados. A debilidade numérica inspirou aos turcos a esperança de tirar revanche.

Assim que o exército de Saladino conseguiu se reorganizar em Yazour, ele percebeu a imensa vergonha do pânico do 1º de agosto.

Ele ficou sabendo que a pequena tropa de Ricardo, com louca despreocupação, acampava fora dos muros de Jaffa. Passar no sabre nesses pedestres parecia fácil.

Na noite do 4 ao 5 de agosto de 1192, a cavalaria muçulmana se pôs em marcha sob a luz da lua em direção ao acampamento inglês.

Estourou uma disputa entre os mamelucos que atrasou um pouco a marcha, de maneira que quando eles chegaram diante do acampamento cristão já era de manhãzinha.

Um genovês que se afastara pelos campos viu brilhar as armaduras e deu a alarme. Acordados às pressas, Ricardo e os seus apenas tiveram tempo de pagar nas armas, alguns até tiveram que combater semi-nus.

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Ricardo Coração de Leão libera Jaffa e humilha Saladino

Três vezes o rei da Inglaterra aproximou-se de Jerusalém
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Após a conquista de Jaffa, o sentimento unânime do exército pedia empreender logo o sitio de Jerusalém.

Em três ocasiões o rei Ricardo chegou tão perto da Cidade Santa que acreditou-se terem voltado as horas maravilhosas de julho de 1099 quando os cruzados tomaram Jerusalém.

No dia de Natal de 1191 eles estavam a só vinte quilômetros da cidade sagrada.

Naquele momento, relata Ambrósio, os soldados lustravam alegremente seus elmos, os doentes diziam-se sarados para ver eles também, a cúpula do Templo.

Porém para surpresa de todos, Ricardo deu meia volta. É que do ponto de vista estratégico as circunstancias não eram as mesmas da primeira cruzada.

Godofredo de Bouillon pôde iniciar com toda tranqüilidade o sítio de Jerusalém porque nenhum exército muçulmano viria a perturbar sua tarefa. Mas, para Ricardo as coisas não estavam no mesmo pé.

terça-feira, 20 de julho de 2021

Ricardo Coração de Leão:
rei-cruzado que quebrou o moral de Saladino

Ricardo Coração de Leão, estátua em Londres
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Na terceira Cruzada, Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra, empreendeu a reconquista do litoral palestino desde São João de Acre até Ascalão.

A coluna franca, descendo de norte a sul, progredia ao longo da costa. Ela era reabastecida em cada etapa pela frota cristã que tinha ficado senhora do mar.

O exército de Saladino fazia um movimento paralelo, mas do lado das colinas, procurando aproveitar a menor falha para acossar ou surpreender a Ricardo.

“A cavalaria e a infantaria dos Francos, escreve o cronista turco el-Imad, avançava pela praia, tendo o mar à sua direita e nosso exército à sua esquerda. A infantaria formava como que uma muralha em volta dos cavalos.

“Os homens estavam revestidos de casacos de feltro e cotas de malha de tal maneira fechadas que as flechas não podiam perfurá-los.

“Equipados com poderosas bestas, eles mantinham nossos cavaleiros à distância”.

O caid Behâ ed-Din conta ter visto um soldado franco que carregava até dez flechas encravadas nas costas de seu casaco sem ligar a mínima para o fato.

Os cavaleiros cavalgavam no centro da coluna e só saiam para cargas repentinas, quando se tratava de afastar magotes ou forçar a passagem.

quarta-feira, 7 de julho de 2021

O heroísmo de Gerard d’Avesnes tocou até os muçulmanos

Ruínas da fortaleza de Arsur
Ruínas da fortaleza de Arsur
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Arsur, cidade marítima situada entre Cesareia e Jaffa, recusava pagar o tributo imposto, depois da vitória de Ascalon: Godofredo e seus cavaleiros foram sitiar a praça.

Já os aríetes e as torres rolantes estavam colocados diante dos muros; vários assaltos tinham sido dados, quando os habitantes da cidade empregaram um meio de defesa que não era esperado.

Gerard d'Avesnes, que lhes havia sido dado como refém por Godofredo, foi atado à ponta de um mastro muito alto, que colocaram diante das muralhas, para onde se deviam dirigir todos os ataques dos cristãos.

À vista de uma morte inevitável e sem glória, esse infeliz cavaleiro soltava gritos dolorosos, rogando ao seu amigo Godofredo que lhe salvasse a vida por uma retirada voluntária.

Esse espetáculo cruel partiu a alma do rei de Jerusalém, mas não abalou sua firmeza, nem sua coragem.

Veio ele para perto de Gerard d'Avesnes, para que o ouvisse, e exortou-o a merecer por sua resignação a coroa do martírio.

terça-feira, 22 de junho de 2021

“Islã religião de paz”?: Maomé manda “matar os apóstatas”

Clérigo saudita Maomé manda matar quem deixa o Islã
Clérigo saudita: Maomé manda matar quem deixa o Islã
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O “Islã é uma religião de paz”?

O Middle East Media Research Institute (MEMRI) — instituto de pesquisa apartidário e independente, que fornece traduções de materiais originais, incluindo as tendências terroristas e ideológicas no Oriente Médio —, publica de forma regular e abundante, material esclarecedor tirado das TVs árabes.

Eis por exemplo a pregação do clérigo saudita Sheik Ayman Al-Anqari, difundida pela Al-Ahwaz TV (Arábia Saudita) em 16 de fevereiro de 2017, que traduzimos literalmente:

“O problema com a questão da coexistência repousa numa deformação que leva à distorção das regras islâmicas.

“Por exemplo, eles vos dizem que coexistência significa liberdade de religião.

“Eles no fundo deixam que as pessoas se tornem hereges, negando a existência de Alá, amaldiçoando Alá, amaldiçoando seu profeta e amaldiçoando o Islã.

“Isso é chamado liberalismo e liberdade de religião.