terça-feira, 21 de maio de 2024

Nur ad-Din: exemplo de despota islâmico
zelota contra o cristianismo

Nur al-din, Sultão de Damasco, foge num animal de carga dos cavaleiros Godfrey Martel e Hugh de Lusignan o Velho
Nur al-din, Sultão de Damasco, foge num animal de carga
dos cavaleiros Godfrey Martel e Hugh de Lusignan o Velho



Nur ad-Din, filho de Zenghi, que se havia apoderado da cidade de Edessa, antes da segunda Cruzada, tinha herdado as conquistas de seu pai e as tinha aumentado com seu valor.

Ele foi educado por guerreiros que tinham jurado derramar seu sangue pela causa do profeta; quando ele subiu ao trono, lembrou a austera simplicidade dos primeiros califas.

“Nur ad-Din, diz um poeta árabe, unia o heroísmo mais nobre à mais profunda humildade. Quando ele orava no templo, seus súditos julgavam ver um santuário em outro santuário.”

Ele encorajava as ciências, cultivava as letras, e procurava fazer florescer a justiça nos seus territórios.

Nur al-din, túmulo em Damasco
Nur al-din, túmulo em Damasco
Seu povo admirava-lhe a clemência e a moderação; os mesmos cristãos elogiavam-lhe a coragem e seu heroísmo profano.

A exemplo de seu pai Zenghi, ele se tornou o ídolo dos guerreiros pela sua liberalidade e sobretudo, por seu zelo em combater os inimigos do islamismo.

No exército que ele mesmo havia organizado e que o respeitavam como o vingador do profeta, ele conteve a ambição dos emires e espalhou o terror entre seus rivais.

Cada uma das suas conquistas, feitas em nome de Maomé, aumentava sua fama, como seu poder; de todas as partes os povos, atraídos pelo zelo da religião e pelo ascendente da vitória, prostraram-se ante sua autoridade.

Todo o Oriente tremia diante dele e o despotismo, erguendo-se no meio das nações muçulmanas com a confiança e o temor que inspirava aos escravos, foi outorgado aos discípulos do islamismo, que pareciam implorá-lo como um meio de salvação.

Então, todas as paixões e todos os esforços dos povos da Síria foram dirigidos para um mesmo objetivo: o triunfo do Alcorão e a destruição das colônias cristãs.


(Autor: Joseph-François Michaud, “História das Cruzadas”, vol. II, Editora das Américas, São Paulo, 1956. Livro sétimo 1151-1181. Tradução brasileira do Pe. Vicente Pedroso)



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terça-feira, 7 de maio de 2024

Papa João VIII: indulgência para os que morrem lutando contra os inimigos da religião e da ordem cristã

Luís II recebe o Papa João VIII, Bibliothèque Nationale de Franc
Luiz II recebe o Papa João VIII, Bibliothèque Nationale de France
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








O Papa João VIII governou a Igreja nos anos 872-882. A epístola seguinte é do ano 878.

“João VIII aos bispos do reino de Luiz II [da França].

“Vós tendes nos manifestado humildemente o desejo de saber se aqueles que morreram recentemente na guerra, combatendo em defesa da Igreja de Deus e pela preservação da religião e do Estado cristãos, ou aqueles que podem no futuro cair pela mesma causa, podem obter a indulgência de seus pecados.

“Com toda segurança nos vos respondemos que aqueles que, por amor à religião cristã, morram na batalha lutando bravamente contra os pagãos ou incrédulos, ganharão a vida eterna.

“Porque o Senhor disse pela boca de seu profeta: “Qualquer que seja a hora em que um pecador se converta, eu não lembrarei mais de seus pecados”.

“Pela intercessão de São Pedro, que tem o poder de abrir e fechar no Céu e na terra, eu absolvo, em toda à medida que me é possível, todos eles e os encomendo com minhas orações ao Senhor.”


(Fonte: Migne, Patrologia Latina, 126: 816. Oliver J. Thatcher, and Edgar Holmes McNeal, eds., A Source Book for Medieval History, (New York: Scribners, 1905), 512).


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