A "Cruzada" das criancas foi desaprovada pelo Papa e as criancas tiveram que voltar a casa |
continuação do post anterior
A chamada “Cruzada das Crianças” de 1212 nem foi uma Cruzada nem consistiu num exército de crianças.
Foi uma onda de entusiasmo religioso especialmente prolongada na Alemanha que levou alguns jovens – na maior parte adolescentes – a se autoproclamarem Cruzados e começarem a marchar rumo ao Mediterrâneo.
Ao longo do caminho foram recebendo grande apoio popular, e a companhia de não poucos bandoleiros, ladrões e mendigos.
O movimento se desmembrou quando chegou à Itália e terminou quando o mar se recusou a abrir-se para dar-lhes passagem…
O Papa Inocêncio III não convocou essa tal “Cruzada”, pelo contrário: pediu insistentemente para que os não combatentes ficassem em casa e apoiassem o esforço de guerra apenas com jejuns, orações e esmolas.
Nesse episódio, depois de louvar o zelo e a disposição desses jovens que tinham marchado até tão longe, mandou-os de volta para casa.
Imperador de Constantinopla Alexios Komnenos (1106-1142) |
É um mito curioso, porque João Paulo II – que já havia pedido perdão por todas as injustiças que os cristãos cometeram ao longo dos séculos – foi muito criticado justamente por não ter pedido perdão expressamente pelas Cruzadas.
É verdade que João Paulo II pediu perdão aos gregos pelo saque de Constantinopla em 1204, durante a Quarta Cruzada, mas o Papa da época, Inocêncio III, também já tinha manifestado o seu pesar a respeito desse trágico incidente.
Da sua parte, Inocêncio III fizera tudo para evitar que isso acontecesse.
Muçulmanos teceram imagem das Cruzadas com histórias mal contadas |
Isso não deve surpreender-nos, pois os muçulmanos obtêm a sua imagem das Cruzadas através mesmas histórias mal contadas que o Ocidente.
O mundo muçulmano costuma celebrar as Cruzadas como uma grande vitória sua (aliás, eles venceram mesmo).
Mas os autores ocidentais, envergonhados do seu passado imperialista, inverteram os papéis e passaram a pintar as Cruzadas como uma agressão e os muçulmanos como pacíficos sofredores agredidos.
Fazendo isso, simplesmente omitiram os séculos de triunfos muçulmanos, e em seu lugar colocaram apenas o consolo do vitimismo.
Thomas F. Madden, Professor de História e Diretor do Centro de Estudos Medievais e Renascentistas na Universidade de Saint Louis, EUA |
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Parabéns pelo blog!
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