Poloneses rezam na floresta de Szklarska Poreba, fronteira com a Republica Checa |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Um milhão de poloneses surpreenderam e abalaram a macromídia laicista com um impressionante ato coletivo de devoção e fé.
Foi no sábado, dia 7 de outubro e em explícita comemoração da histórica vitória naval em que as forças convocadas pelo Papa São Pio V puseram em humilhante fuga a imensa frota turca que singrava para invadir a Europa.
Porque com esse pano de fundo os católicos poloneses fizeram uma marcha nacional até as fronteiras de seu país, a fim de ali rezarem o Terço.
A intenção foi pedir a proteção da Mãe de Deus, vitoriosa em Lepanto, contra as forças do paganismo e da impiedade que ameaçam invadir a Polônia, além dos perigos do laicismo imoral e da apostasia de católicos.
O “Rosário das Fronteiras” engajou 320 paróquias e capelas de 22 dioceses vizinhas das fronteiras que convergiram para 4.000 locais de oração, incluindo o maior aeroporto internacional da Polônia.
A Public Radio International registrou que os Terços rezados nas praias do Mar Báltico foram acompanhados por tripulantes de veleiros, caiaques e botes que formavam correntes.
O país tem 38 milhões de habitantes, 90% dos quais se declaram católicos. Aqueles que não podiam ir até as fronteiras tinham locais escalados como praças e igrejas para se reunirem e rezar em união de intenções.
Por isso, algumas informações falam de “milhões” de participantes. De fato milhares de aglomerações num vasto território são de difícil cômputo.
As fronteiras polonesas medem 3.500 km e limitam até com o enclave russo de Kaliningrado e a Bielorrússia, país ainda esmagado por uma ditadura de impronta soviética alinhada a Vladimir Putin.
'Rosário nas Fronteiras' nas praias do Mar Báltico |
Unidos às mesmas orações, poloneses também rezaram em cidades europeias e em locais distantes como os soldados estacionados na base aérea de Bagram, no Afeganistão, informou a TVN.
A maioria dos católicos participantes estava ainda mais alarmados com o perigo de invasão islâmica que já se verifica no resto da Europa.
Invasão dissimulada em simples imigração decorrente de razões econômicas e acobertada pelas máximas autoridades da União Europeia, e de modo particular pelo Papa Francisco.
Não constituem segredo os violentos choques verbais e as ameaças ao governo polonês provenientes da cúpula da União Europeia.
Tampouco é segredo a quase mal-humorada atitude do Papa Francisco em relação ao povo polonês e suas autoridades civis e eclesiásticas.
O pretexto das invectivas é o mesmo: a recusa polonesa em receber “imigrantes” que professam o Islã.
A Polônia só aceita imigrantes médio-orientais de fé cristã e repele a “cultura da imigração” que abre as portas do país ao invasor anticristão.
O país experimentou ao longo de sua história as falácias e a crueldade dos seguidores do Corão. O território polonês está regado de sangue dos heróis que deram suas vidas para deter sucessivas invasões da Meia Lua.
'Rosário nas Fronteiras': quem não podia ir até a fronteira tinha opções de reunião |
Foi o caso, por exemplo, do nova-iorquino “The New York Times”, que não escondeu sua irritação e atribuiu o fato a financiamentos de empresas estatais.
Avesso ao catolicismo, esse jornal como que mordeu a língua de surpresa ao ter de noticiar que o ato foi programado para coincidir com a festa de Nossa Senhora do Rosário.
Essa festa foi instituída para comemorar a batalha naval de Lepanto em 1571, quando a armada católica sob as ordens do Papa e o auxílio miraculoso de Nossa Senhora Auxiliadora, desfez a frota invasora do Império Otomano.
O jornal citou organizadores que sublinhavam que naquela batalha “a frota católica derrotou uma frota muçulmana muito maior, salvando a Europa do Islã”.
A “ABC News” ficou pasma ao ver multidões invocando Nossa Senhora e o próprio Deus pela salvação da Polônia ao longo de 3.500 quilômetros, com acentos incontroversamente anti-islâmicos.
A fonte laicista sublinhou o caráter inusual do “Rosário das Fronteiras”, realizado desde o Mar Báltico, ao Norte, até as fronteiras montanhosas do Sul, que chegam até a República Checa e a Eslováquia.
'Rosário nas Fronteiras' na região carpática |
Dito grupo defende em seu site que “o Rosário é a arma mais poderosa contra o mal” e estima que a participação tenha atingido um milhão de católicos.
O Pe. Pawel Rytel-Andrianik, porta-voz da Conferência Episcopal Polonesa, julgou que foi o segundo maior evento europeu de oração no século, observando a dificuldade de precisar o número exato, uma vez que houve cerca de quatro mil pontos de reunião e oração.
Por exemplo, no ponto escolhido em Varsóvia, capital do país, havia tanta gente que não cabia na igreja.
Como que se desculpando, o Pe. Rytel-Andrianik explicou: “esta foi uma iniciativa dos leigos, fato que torna o evento ainda mais extraordinário. Milhões de pessoas rezaram unidas o Terço. E os números excederam as mais ousadas expectativas dos organizadores”.
A manifestação religiosa foi endossada por muitas celebridades polonesas, inclusive atletas e políticos, fato que mostra quão fundo caiu o catolicismo no Brasil.
O Arcebispo de Cracóvia, Mons. Marek Jedraszewski, pediu em Missa transmitida pela Rádio Maria que os fiéis rezassem “pelas outras nações europeias, para que elas compreendam que é necessário voltar às raízes cristas para que a Europa continue sendo Europa”.
'Rosário nas Fronteiras' nas praias do Mar Báltico |
E os fiéis levaram muitas imagens de Nossa Senhora de Fátima nas concentrações.
O católico militante Marcin Dybowski disse à agência France Press que “está em andamento uma guerra religiosa na Europa entre a Cristandade e o Islã, exatamente como no passado”.
Foram frequentes às alusões às Cruzadas e às épicas batalhas dos guerreiros poloneses contra os turcos invasores e bolchevistas russos.
“A Polônia está em perigo. Nós precisamos proteger nossas famílias, nossos lares, nosso país de todas as formas de ameaça, incluindo a descristianização de nossa sociedade que os esquerdistas da União Europeia querem nos impor”, disse.
A primeira-ministra Beata Szydlo também exibiu sua adesão tuitando uma foto de um Rosário e um agradecimento a todos os participantes.
Halina Kotarska, de 65 anos, viajou 230 km desde sua casa em Kwieciszewo, no centro do país, para agradecer o milagre da salvação do filho num acidente de carro e para rezar pela salvação da Cristandade na Polônia e na Europa que, segundo ela, está sendo ameaçada pelo islamismo.
Católicos rezando o terço pedindo que Nossa Senhora afaste a invasão do Islã, da Rússia e a decadência dos costumes |
No porto báltico de Danzig, Krzysztof Januszewski disse à agência Associated Press que temia, porque a Europa está sendo ameaçada pelos extremistas islâmicos.
“No passado sofremos incursões de sultões e de turcos, além de povos de outras crenças inimigas dos cristãos. Hoje, o Islã está nos invadindo e nós tememos isto. Tememos os ataques terroristas, mas também o fato de as pessoas abandonarem a fé” – acrescentou Krzysztof.
Houve também críticas, como as do político liberal Krzysztof Luft, que deblaterou no Twitter: “Um ridículo cristianismo em escala de massa”.
Rafal Pankowski, que se apresenta como especialista em islamofobia, observou a força do sentimento antimuçulmano, apesar de os islamistas constituírem uma minoria muito pequena.
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É uma pena que esse grande feito do povo polonês não seja divulgado pela grande mídia.
ResponderExcluirGostaria que o Brasil promovesse um evento assim pedindo a N.Senhora e Jesus para li -
vrar nosso País de tanta corrupção,violência e imoralidade.
Que Deus abençoe e proteja a Polônia. Eles fazem por merecer.
Obrigada pelo espaço,Mara
Impressionante. Tinha ouvido falar de um rosário dos polacos, mas não tinha visto imagens.
ResponderExcluirO que ninguém viu, ou quis ver, foi que para lá de uma jornada de oração, esta manifestação foi mais do que isso -foi um gigantesco exorcismo. Um milhão brandindo a cruz, do terço do rosário, na fronteira e no país é poderoso. Espero que, na quietude de uma capela, alguns sacerdotes, devidamente autorizados tenham feito as orações rituais -para completar.