Godofredo de Bouillon é escolhido para rei de Jerusalém. Federico de Madrazo y Kuntz (1815 – 1894), 1838. |
Mas o reino nascente de Jerusalém era formado somente pela capital e por uma vintena de cidades ou aldeias da vizinhança.
Várias daquelas cidades estavam separadas umas das outras pelas praças que os infiéis ainda ocupavam. Uma fortaleza em poder dos cristãos estava perto de uma fortaleza onde se balouçavam os estandartes de Maomé.
Nos campos habitavam os turcos bem como árabes e egípcios, que se reuniam para fazer guerra aos súditos de Godofredo.
Estes eram ameaçados, até mesmo nas cidades, quase sempre mal defendidas e estavam sempre expostos a todas as violências da guerra.
As terras continuavam incultas, todas as comunicações estavam interrompidas.
No meio de tantos perigos, muitos latinos abandonavam as propriedades que a vitória lhes havia dado, e para que o país conquistado não ficasse sem habitantes, principalmente no momento do perigo, foram obrigados a fortalecer o amor da nova pátria com o interesse da propriedade.
Todos os que tinham morado um ano e um dia numa mesma casa e numa terra cultivada, deviam ser reconhecidos como seus legítimos possuidores; todos os direitos de posse ficavam aniquilados por uma ausência da mesma duração.
O primeiro cuidado de Godofredo foi reprimir as hostilidades dos muçulmanos e de aumentar a extensão do reino, cuja defesa lhe havia sido confiada.
Godofredo de Bouillon, estátua em Bouillon, Bélgica. |
Como prêmio do seu trabalho, obteve a posse do país que acabava de conquistar e que, em seguida foi erigido a principado.
Ao aproximar-se da primavera, Boemundo e Balduino deixaram a cidade santa; os peregrinos foram primeiro apanhar palmas nas planícies de Jericó; visitaram depois, o Jordão, detiveram-se alguns dias em Tiberíades, onde foram magnificamente recebidos por Tancredo.
A caravana dos príncipes voltou por Cesareia de Filipe, ou Panéias, por Balbec e Tortosa, a Laodiceia, então sob o domínio de Raimundo de Saint-Gilles.
Lá, os peregrinos da Itália, embarcaram nos navios de Gênova e de Pisa; Balduino tomou o caminho de Edessa e Boemundo o de Antioquia.
Godofredo ficou sozinho em Jerusalém; ele encontrava-se numa cidade em ruínas, num país devastado. O povo da cidade santa jazia em extrema pobreza.
Godofredo, mais pobre ainda que seus mesmos súditos, não tinha com que pagar o pequeno número de seus fiéis guerreiros.
Durante a guerra se havia vivido somente com os despojos do inimigo; na paz, só se vivia do temor que se havia inspirado durante a guerra.
(Autor: Joseph-François Michaud, “História das Cruzadas”, vol. II, Editora das Américas, São Paulo, 1956. Tradução brasileira do Pe. Vicente Pedroso, páginas 90 ss.)
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