300 heróis para salvar a Europa de invasão do Islã (1)
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Batalha de Covadonga, Augusto Ferrer Dalmau |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
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A Batalha de Covadonga foi um embate decisivo para conter a invasão das hordas maometanas que avançavam sobre um continente que lhes abria as portas.
Há aproximadamente 1300 anos, uma vitória contra todas as probabilidades permitiu que a península ibérica — e com ela toda a América Latina, as Filipinas e outros países — fosse católica.
Nada mais natural do que a comemoração desse milagre por parte do Estado espanhol e da Igreja Católica. Porém, essa data transcendental foi ignorada pelas altas esferas civis e religiosas hispânicas e europeias, sendo rememorada apenas em eventos de segunda ou terceira importância, para ficar constando que algo foi feito. 1
A Espanha é atualmente governada pelo socialismo revolucionário, comprometido com a falsidade histórica contrária às glórias da Cristandade e engajado na Revolução Cultural. Esse governo e seus afins europeus veem com maus olhos aquele triunfo em Covadonga da fidelidade heroica, oposta ao diálogo entreguista e ao falso ecumenismo.
Sobremaneira pungente foi o menosprezo da memória do milagre da Santíssima Virgem pela hierarquia eclesiástica. A Nossa Senhora de Covadonga, chamada La Santina, que preside a gruta da batalha, sempre foi atribuído o milagre da resistência de 300 heróis chefiados pelo rei de Astúrias, Dom Pelayo.
Naquele período do século VIII, todo o Catolicismo esteve em jogo, pois a expansão do Califado islâmico, após se consolidar na Ibéria, avançaria sobre uma Europa imersa no caos desde a extinção do império romano em 476.
Hoje, contudo, a hierarquia eclesiástica na Espanha e alhures acolhe o invasor islâmico e deblatera contra o punhado de fiéis ao catolicismo tradicional, contra aqueles míticos 300 heróis salvadores da civilização.
Sintoma revelador desse ódio anticatólico foi o fato de o mais renomado pintor espanhol em vida, Augusto Ferrer-Dalmau, denominado “o pintor de batalhas”, ter concluído para a data uma magnífica pintura retratando o embate com admirável arte e pormenor, mas o mundo oficial desprezou e criticou sua obra, pois nela o artista apresentava brilhantemente a liquidação do inimigo anticristão que hoje volta a invadir a Europa e para o qual as esquerdas e o progressismo escancaram as portas.
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Don Pelayo |
Embora não se saiba ao certo o ano exato do milagroso triunfo, há uma relativa certeza de que ele aconteceu em 28 de maio, pois segundo fontes árabes, nesse dia do ano 722 morreu Munuza, governador islâmico das Astúrias, que teria participado da batalha.
Há nisto concordância com algumas fontes cristãs. A partir dessa data a presença islâmica desapareceu no norte da Espanha. O islã custaria a se reorganizar e invadir a França, tendo sido necessários vários séculos para o islamismo ser banido da península ibérica.
O evento tem surpreendentes analogias com a situação dos autênticos católicos em nossa época: minorias genuinamente católicas resistem a um adversário revolucionário imensamente superior em militantes, recursos materiais e auxílios de bispos engajados na demolição da Igreja e da civilização cristã.
O antigo reino visigodo estava exausto após uma guerra civil religiosa pela coroa, na qual o príncipe ariano Witiza foi derrotado pelo príncipe católico Dom Rodrigo. Em 718, nas encostas do Monte Corona, atual província de León, o líder católico Dom Pelayo foi eleito por aclamação príncipe da Espanha cristã.
Os heréticos derrotados pediram o auxílio de Musa ben Nusayr, governador muçulmano da Tunísia. Este viu a oportunidade de invadir o território cristão e surrupiar suas riquezas. Enviou para isso um exército de 11 mil bérberes sob o comando de Tariq, um de seus melhores generais.
(Fonte: Catolicismo nº 881, maio de 2024, Ano LXIX).
continua no próximo post: 300 heróis para salvar a Europa de invasão do Islã (2)
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