Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Desde os berços desta monarquia abonaram os efeitos essa verdade.
Só o Conde D. Henrique, nobilíssimo tronco da real árvore dos monarcas portugueses, venceu contra mouros 17 batalhas campais.
Na célebre do campo de Ourique, venceu e destroçou el-rei D. Afonso Henriques, com 10.000 infantes e 1.000 cavalos, a 400.000 maometanos, isto pelo cômputo de quem mais abate este número, que outros o sobem a 600.000, e outros dizem que havia para cada cristão cem infiéis.
Na tomada de Lisboa (que foi no ano de Cristo 1148, a 25 de outubro), morreram 200.000 mouros.
O mesmo rei desbaratou um exército de 40.000 cavalos e 60.000 infantes, com que el-rei mouro de Badajoz vinha socorrer Sesimbra.
E em diversas ocasiões ele a 30 reis venceu (para que não fosse singular nesta glória o famoso Josué, capitão do povo de Deus).
Nem podemos atribuir estas vitórias à pouca gente dos exércitos contrários, porque, compensando uns com outros, lhe tocam a cada um 50.000 homens.
Para que mais particularmente conste que parece que Deus criou a nação portuguesa para estrago, desprezo e ralé da sarracena, quero referir aqui alguns casos que dentro das mesmas ferocidades de Marte descobrem um não sei quê de cômica graciosidade.
Milagre de Ourique |
Como era agigantado de membros e fiava de suas forças, levantou-o no ar como escudo, e se lançou entre os mouros, matando muitos a seu salvo.
Os golpes que lhe atiravam, recebia com destreza no miserável corpo do agarrado, o qual era juntamente seu inimigo de vontade e seu protetor contra vontade, porque o braço a que servia de escudo lhe dava tantas cutiladas quantas fazia que aparasse.
Com o que assim este mouro, como os mais que se chegaram, eram todos em ajuda de Trancoso: este, porque o defendia dos mais; e os mais porque, dando neste, lhe escusavam este trabalho.
Raro modo de fazer do couro alheio couraça própria!
Lá dizia uma valorosa matrona lacena, embraçando o escudo a seu filho que partia para a guerra:
"Vede que ou haveis de tornar vivo com este, ou morto sobre ele".
No nosso caso, pouco se lhe dava ao Trancoso de deixar na refrega o escudo; antes, quanto mais lho rachassem, tanto mais folgado e contente se recolheria.
Conquista de Ceuta |
"Ó cão, levanta e traze aqui logo".
E o mouro, temendo que, se não obedecesse, tinha a morte mais certa, voltou humilde, levantou do chão a espada e lha entregou.
E o Cunha então, compadecido, o deixou ir livre.
De sorte que este português usava daquele mouro como de inimigo para o recontro belicoso, como de escravo para o mando senhoril, e como de liberto para a manumissão fácil.
Ou fazia conta que aquele infiel era juntamente caça e cão: caça para correr perseguindo-a, e cão para lhe trazer o que caísse.
Ao cão chamou S. Gregório Nisseno espada viva do homem — Hominis gladium vivum. Como aqui o cristão era o homem e o mouro o cão, no cão achou o homem à mão uma espada viva que lhe trouxesse a sua inanimada.
(Fonte: Padre Manuel Bernardes, "Nova Floresta" - Lello & Irmão, Porto, 1949)
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Esses são os homens que produziriam os conquistadores e bandeirantes séculos mais tarde, seus genes correm nas veias de todos os brasileiros.
ResponderExcluirPena que o povo não conhece sua história e é manipulado pela calhorda vermelha a odiar e menosprezar os colonizadores, e dizer que eram bandidos e prostitutas e idiotices como que os índios são os "donos" do Brasil...