O Papa, temendo o desaparecimento da Igreja naquelas paragens, incentivou Simão de Montfort a combater tenazmente os hereges:
“Eia, paladino de Cristo, o sangue dos justos clama a ti para que ponhas diante da Igreja o escudo da fé contra seus inimigos! levanta-te e cinge-te da espada”.Acusa-se de excessos a Simão de Montfort em sua campanha, mas tem-se que levar em conta os usos bárbaros que ainda persistiam de algum modo naquele século.
Sobretudo é necessário ressaltar que a crueldade dos albigenses em seus ataques às igrejas e mosteiros, seu ódio à Religião católica e seu fanatismo religioso causavam justa indignação no ânimo de seus adversários católicos.
Ademais, aquela guerra adquirira ainda o caráter de uma guerra de civilizações,
“pelo ódio que dividia então as duas raças – os franceses do norte e os franceses do sul – tão diferentes pela sua língua, costumes e grau de civilização”.Se não fosse o valor e a energia de Simão de Montfort, provavelmente a heresia albigense teria dominado não só o sul da França, mas teria se estabelecido na Itália e outros países europeus.
Em 1213 Simão derrotou o Rei Pedro de Aragão, genro de Raimundo, na batalha de Muret.
Os albigenses foram então esmagados, mas Simão continuou a guerra como uma guerra de conquista, sendo indicado, pelo Conselho de Montpellier, senhor de todos os recém- conquistados territórios, como Conde de Toulouse e Duque de Narbonne (1215). O Papa confirmou essa indicação, entendendo que ele efetivamente completaria a supressão da heresia.
Mas não era o fim da guerra. Em 1218 Raimundo voltou da Espanha, para onde fugira. Com a ajuda de seu sobrinho Jaime I, de Aragão, formara poderoso exército, e com ele cercou Toulouse.
Simão de Montfort estava assistindo à Missa quando lhe foram dar a notícia.
Era antes da Consagração. Respondeu ele: “Não vou enquanto não tiver visto meu Salvador”.
E quando o sacerdote elevava a Hóstia, ele estendeu as mãos ao céu e exclamou: “Senhor, deixa que teu servo morra em paz, se é tua vontade”.
Logo montou a cavalo e correu para o lugar da luta, quando viu seu irmão Guido de Montfort caindo do cavalo, ferido por uma seta.
Nesse momento uma pedra, atirada por uma máquina de guerra, lhe rompeu a cabeça. Ele morreu recomendando sua alma a Deus. Foi enterrado no mosteiro de Haute-Bruyère.
À morte do intrépido comandante, os cruzados retiraram-se para um acampamento fortificado, enquanto na cidade os rebeldes, de alegria, fizeram tocar a repique os sinos de todas as igrejas.
Dos três filhos do heróico comandante, o mais velho, Amaury, herdou suas possessões francesas; e o caçula, com o mesmo nome que o pai, sucedeu-o como barão de Leicester, desempenhando um importante papel na história da Inglaterra.
Amaury, filho de Simão, estava longe de ter o valor do pai. Tanto ele quanto Raimundo VII, que também sucedera ao pai, cederam seus direitos sobre o território ao rei da França.
O Concílio de Toulouse, em 1229, confiou a vigilância religiosa do território à Inquisição. Mais tarde, em 1233, esta passou aos dominicanos.
Mas a perniciosa heresia só iria desaparecer no fim do século XIV.
Entretanto, Simão de Montfort lhe havia dado o golpe mortal.
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