Defesa de Rodes em 1480. No centro a torre de São Nicolau |
Luis Dufaur Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Em 1480, os Cavaleiros Hospitalários – atual Ordem de Malta – repeliram feroz assalto do Império Otomano.
Desde que sob a imensa pressão maometana tinham sido obrigados a abandonar a Terra santa, eles detinham a posse da ilha de Rhodes.
Dez anos antes, em 1470, a guarnição da ilha de Tilos (localizada entre Rodes e a ilha de Kos) fora evacuada para Rodes, porque a posição era muito vulnerável a um ataque do Império Otomano já em preparação.
Em 1475, pela mesma razão, evacuou-se também a guarnição da ilha de Chalki.
Por fim, em 23 de maio de 1480, uma frota otomana de 170 navios apareceu diante de Rodes, no golfo de Trianda.
Ela trazia um exército de 100 mil homens comandados por Gedik Ahmed Pashá ou Mesih Pashá. A guarnição dos Cavaleiros Hospitalários era chefiada pelo Grande Mestre Pierre d’Aubusson, mas o número dos defensores era francamente pequeno.
Comandados por Antonio, irmão de Aubusson, 500 cavaleiros e dois mil soldados franceses haviam reforçado a ilha, sem sequer equilibrar a espantosa diferença de forças.
O primeiro objetivo estratégico otomano era capturar a Torre de São Nicolau, que era o ponto chave dos cavaleiros para a defesa de dois portos: o comercial, de Mandraki, e, ao leste, a baía de Akandia.
Em 9 de junho, enquanto a infantaria tentava uma série de ataques, a artilharia turca iniciou um ininterrupto bombardeio.
O Grão-Mestre d'Aubusson em todas as ocasiões apressou-se para ir em auxílio dos locais atacados e, após lutas ferozes, o inimigo da Cruz foi repelido.
Morteiro para a defesa de Rhodes (1480-1500) |
Sob os bombardeios da artilharia turca, os cavaleiros e os habitantes da ilha cavaram mais um fosso no interior da fortificação e construíram uma segunda fortaleza.
Quando os turcos tentaram o assalto decisivo, entrechocaram-se com os cavaleiros, que reagiram valentemente e os repeliram, em áspero combate que causou muitas baixas em ambos os lados.
O ato final do drama, entretanto, aconteceria no bairro judeu da cidade. No amanhecer do dia 27 de julho, a vanguarda turca composta por cerca de 2.500 janízaros tentou tomar a Torre e entrar na cidadela.
Os janízaros constituíam uma das tropas mais fanáticas, composta por ex-cristãos ou por filhos destes pervertidos ao Islã, iniciados numa seita ocultista que odiava especialmente os católicos. Eles eram também a guarda pessoal do Sultão, sua tropa de elite preferida.
A luta foi furibunda e sem concessão.
Ferido em cinco lugares, o Grão-Mestre dirigiu a batalha e lutou com a lança em riste.
Pierre d'Aubusson, Grão Mestre de Rhodes que repeliu a invasão turca |
Os cavaleiros contra-atacaram e os turcos bateram em fuga na maior das desordens, levando consigo o grão-vizir e o comandante-em-chefe.
Os hospitalários tomaram a própria tenda do chefe islâmico e apropriaram-se, além de muitos despojos, do próprio estandarte do Islã. Nesse dia, teriam sido mortos entre três e quatro mil turcos.
Em 17 agosto de 1480 a frota otomana desistiu de conquistar Rhodes, partindo para tentar a conquista de Otranto.
Um episódio brilhante na guerra santa entre os seguidores de Cristo e os sicários de Bafoma acabou com o triunfo da Cruz.
Mas a guerra propriamente não acabou. A frota turca investiu contra Otranto, martirizando 800 católicos resistentes, canonizados recentemente pela Igreja.
Tanto o fracasso em Rodes quanto o heroísmo dos católicos de Otranto deixou louco de furor o Sultão Maomé II, que já tinha conquistado Constantinopla.
Para conhecer mais sobre os gloriosos mártires de Otranto, veja “Os 800 mártires de Otranto resistindo aos turcos invasores”.
Em 17 de agosto de 1480, mais uma frota otomana aproximou-se de Rodes para tentar o que a anterior não tinha conseguido.
Porém, não suportando os insucessos, o endemoninhado líder do Islã morreu em 1481, e sua frota deu meia volta. Rodes ainda resistiria por mais 40 anos.
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A paz de Cristo.
ResponderExcluirObrigado, caro Luis, por mostrar aqui no seu blog, essa História tão maravilhosa, dos defensores da Santa Cruz. Infelizmente, poucas pessoas conhecem a luta milenar em defesa da Santa Igreja, do Cristianismo. A grande maioria vive desinformada e muitos acreditam na falácia da "religião da paz", algo que o Islã nunca foi. Esse fato citado aqui por você, eu desconhecia totalmente. Mais uma vez, obrigado e mantenha este blog sempre ativo. Deus o abençoe.
Salve Maria!
Abs.