Saladino viu aparecer subitamente o rei leproso e seu pequeno exército |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Em 1177, o rei de Jerusalém Balduíno IV, cedendo às instâncias do Conde de Flandres, emprestou-lhe grande parte de suas tropas para que este tentasse uma expedição contra Hamas.
Sabendo que Jerusalém estava assim desguarnecida, Saladino reuniu todas suas tropas para invadir o reino cristão. A situação neste era trágica. Balduíno não dispunha senão de 500 cavaleiros.
À aproximação do inimigo, reunindo tudo que podia encontrar de combatentes, saiu com a relíquia da Santa Cruz e chegou a Ascalon.
Julgando-se já dono da situação, o sultão ismaelita permitiu que suas tropas se dispersassem, pilhando, matando, fazendo prisioneiros por toda parte.
Ébrio pelo sucesso, Saladino mostrou-se de uma crueldade inaudita. Mandou reunir os prisioneiros e lhes esmagou a cabeça.
O sultão viu aparecer subitamente o rei leproso e seu pequeno exército, em Montgisard, no dia 25 de novembro de 1177.
Os cruzados caíram como um raio sobre o exército de Saladino.
“Ágeis como lobos, ladrando como cães, atacaram em massa, ardentes como a chama”, com a relíquia da Santa Cruz à frente, portada pelo bispo de Belém.
O cronista siríaco Miguel, Patriarca da Igreja jacobita, contemporâneo dos acontecimentos, assim descreveu a milagrosa batalha de Montgisard:
“O Senhor teve piedade dos cristãos. Todo mundo tinha perdido a esperança, porque o mal da lepra começava a aparecer no jovem rei Balduíno, que enfraquecia, e desde então cada um tremia.
“Mas o Deus que fazia aparecer sua força nos fracos inspirou o rei doente. O resto de suas tropas reuniu-se em torno dele.
“Ele desceu de sua montaria, prosternou-se com a face contra a terra diante da Cruz e rezou com lágrimas. À vista disto, o coração de todos os soldados se enterneceu.
“Eles estenderam todos a mão sobre a verdadeira Cruz e juraram jamais fugir; e, em caso de derrota, olhar como traidor e apóstata quem fugisse em vez de morrer.
Os cruzados caíram como um raio sobre o exército de Saladino
“Montaram de novo nos cavalos e avançaram contra os turcos, que se regozijavam, pensando já os ter derrotado.
“Vendo os turcos, de quem a força parecia um mar, os francos deram-se mutuamente a paz e pediram uns aos outros um mútuo perdão. Em seguida engajaram a batalha.
“No mesmo instante o Senhor fez cair violenta tempestade, que levantava a poeira do lado dos francos e a lançava no rosto dos turcos.
“Então os francos, compreendendo que o Senhor havia aceito seu arrependimento, tomaram coragem, enquanto os turcos deram meia-volta e fugiram. Os francos os perseguiram, matando e massacrando durante o dia todo”.
Somente a fidelidade dos mamelucos salvou Saladino de morte certa.
Balduíno IV retornou a Jerusalém como triunfador e foi render graças ao Deus dos Exércitos na igreja do Santo Sepulcro.
“Jamais vitória cristã mais bela tinha sido infligida ao Levante, e todo o mérito voltava-se ao heroísmo do rei, cuja juventude [tinha então 17 anos], triunfando por um instante do mal que corroía o corpo, igualou-se em maturidade a um Godofredo de Bouillon ou a um Tancredo”.
Video: os cavaleiros templários na batalha de Montgisard
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Muito bom! Parabéns
ResponderExcluirÉ como diz Nosso Senhor Jesus Cristo:a Fé remove montanhas.Esta façanha de Balduíno IV encontra respaldo na própria Bíblia,em passagens do Antigo Testamento envolvendo o Rei Davi e alguns de seus valentes guerreiros,como também Gedeão,e outras situações com diferentes Personagens da Antiga Aliança.São Paulo diz que a vingança pertence a Deus,e quando Ele quer lança mão do mínimo e do fraco para manifestar a Sua Glória e Soberania como Senhor dos Exércitos.
ResponderExcluirQual o nome do filme?
ResponderExcluirTeria indicações de filmes sobre as cruzadas?
Arn o último cavaleiro templario
ExcluirO monge guerreiro templário, era o melhor e o mais bem equipado guerreiro da época,seriam hoje como força especial.
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