Santo Estevão, Salamanca |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No século XII, Afonso, Imperador de Castela, sustinha renhidas batalhas contra o rei mouro de Granada.
O Conde de Barcelona acudiu em sua ajuda, fretando naves catalãs e genovesas.
Era almirante das primeiras, Galcerán Guerras de Pinós. Em seu afã das vitórias, se adiantou demasiado no território mouro e caiu prisioneiro.
Seus pais, os senhores de Bagá, estavam desesperados. O Conde de Barcelona se pôs em tratos com o Rei de Granada, para ver que resgate pedia pelo almirante Galcerán.
O Rei de Granada, enfurecido por ter perdido Almería, pediu um resgate exorbitante: cem mil dobles, cem cavalos brancos, cem vacas bragadas, cem panos de ouro de Tanis, e o que era pior de tudo, mais cem donzelas.
Os senhores de Bagá se aterrorizaram ante a última condição e decidiram que, apesar de muita dor que lhes causava ter o filho cativo dos mouros, não podiam consentir, para que ele fosse devolvido, que tantos pais sofressem a dor de ver perdidas para sempre suas filhas.
Não obstante, foram muitos os argumentos dos poderosos senhores que opinaram que o povo devia sacrificar-se, e que o almirante representava uma grande ajuda para a Cristandade.