Partida para a guerra, anônimo francês |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O senhor feudal é dono de um castelo ― que nossa imaginação põe perto do Reno, do Danúbio, do Sena ou de um lago da Suíça.
O castelo tem sua torre altiva, muralhas, e aos pés duas e três aldeias com suas capelinhas e seus sininhos tocando. Mais adiante a plantação, depois a criação.
Este senhor feudal, pai de numerosa família, chefe de um povinho, rei em miniatura, sai a pé todo armado.
Atrás dele a senhora que chora, mas que anda também com passo firme, as crianças, alguns familiares, o capelão.
Eles passam a ponte: é a partida do guerreiro.
A partir daquele momento, ele deixa de ser senhor para ser vassalo. Ele obedece ordens, não manda mais. A partir daquele momento ele não é um homem que faz a ordem, ele é um homem que derruba as desordens, é um guerreiro.
Este guerreiro vai arriscar a sua vida pelo Santo Sepulcro de Nosso Senhor Jesus Cristo. É algo de único no mundo.
Ele se despede da mulher, dos filhos, dos parentes, beija a mão do sacerdote que ainda lhe dá uma bênção. Depois monta a cavalo, não olha mais para trás.