Dom Affonso Henriques |
Outras cruzadas, sobre as quais a cristandade não tinha seus olhos, fizeram uma guerra mais feliz nas margens do Tejo.
Há vários séculos a Espanha tinha sido invadida pelos sarracenos; dois povos rivais ali disputavam o império e combatiam pelo território em nome de Maomé e de Jesus Cristo.
Os mouros, muitas vezes vencidos pelo Cid e por seus companheiros, tinham sido expulsos de várias províncias, e, quando a segunda Cruzada partiu para o Oriente, os espanhóis sitiavam a cidade de Lisboa.
O exército cristão, pouco numeroso, esperava reforços, quando viu chegar à embocadura do Tejo uma frota que levava para o Oriente um corpo de cruzados franceses.
Afonso, príncipe da casa dos príncipes de Borgonha, e neto do rei Roberto, comandava o cerco.
Ele dirigiu-se aos guerreiros que o céu parecia mandar em seu auxílio, e prometeu-lhes a conquista de um reino florescente.
Exortou-os as vir combater contra os mesmos muçulmanos que iam procurar na Ásia, através dos perigos do mar.
“O Deus que os mandava devia abençoar suas armas; um glorioso salário e ricas possessões iriam recompensar o seu valor.”
Não se precisava de muito mais para persuadir àqueles homens que tinham feito voto de combater contra os infiéis e que buscavam aventuras guerreiras. Abandonam seus barcos, e reúnem-se aos que sitiavam a cidade.