São Bernardo de Claraval foi o ardoroso pregador da retomada das Cruzadas. Philippe de Champaigne, Saint-Etienne du Mont |
continuação do post anterior: Islâmicos comemoram invasão
O reino de Godofredo de Bouillon extinguiu-se, semelhante às frágeis criaturas deste mundo, que desaparecem de todo, quando Deus não vela mais por elas.
No entretanto, como então se estava persuadido de que a salvação da fé cristã e de que a mesma glória de Deus estavam ligadas à conservação de Jerusalém, a última conquista de Saladino, espalhou a consternação em todo o Ocidente.
A notícia chegou primeiro à Itália; o Papa Urbano III, que então estava em Ferrara, ficou tomado de profunda dor, e não sobreviveu a tão grande calamidade.
Todos os cristãos, esquecendo-se das próprias misérias só tiveram um único motivo de aflição e o nome da Cidade Santa voava de boca em boca, com gritos de desespero.
Deplorava-se em lúgubres cânticos o cativeiro do Rei de Jerusalém e de seus cavaleiros, a ruína das cidades cristãs do Oriente.
Padres levavam de cidade em cidade algumas imagens onde se via o Santo Sepulcro calcado sob as patas de cavalos e Jesus Cristo derrubado por Maomé.
Tão grandes desgraças tinham sido anunciadas ao mundo cristão por presságios sinistros. No dia em que Saladino entrara na Cidade Santa, diz Rigord, os monges de Argenteuil tinham visto a lua descer do céu para a terra e subir novamente para o céu.
Em várias igrejas, o crucifixo e várias imagens de santos tinham derramado lágrimas de sangue na presença de todos os fiéis.