Sitio de Jerusalém, Français 770, fol 349 (1187). BnF |
A vitória da 1ª Cruzada representou um abalo moral formidável para o mundo muçulmano.
Os maometanos da seita seljúcida até então invencíveis haviam sido derrotados pelos cristãos.
O autor islâmico que ficou para a História como Al Jihad Sulami, presumivelmente de Damasco, compôs um Tratado por volta de 1105, visando inflamar o zelo dos príncipes e emires do mundo islâmico para uma contracruzada contra os católicos que já dominavam Terra Santa.
O Tratado nos revela o ponto de vista, bastante imaginoso, islâmico sobre as origens da I Cruzada.
Contudo, nos apresenta de modo muito claro o estado de desmoralização das cortes maometanas, já submersas na luxúria e pusilanimidade, diante das sucessivas derrotas sofridas pelas mãos dos cavaleiros da Cruz.
O Tratado também deita uma luz esclarecedora sobre o espírito militar agressivo dos mais genuínos representantes do Islã da época.
O apelo de Al-Jihad Sulami afasta definitivamente a ideia de uma religião muçulmana pacífica padecendo a agressividade “colonialista” dos francos.
Os argumentos de natureza econômica são afastados. O Corão e a religião de Maomé ordenam a guerra. As ideias de coexistência pacífica, diálogo ou ecumenismo simplesmente não existem e não podem existir na alma do bom muçulmano.
Mas, sim a guerra por Alá para extinguir os cristãos, então vitoriosos.
Diz Al-Jihad Sulami :